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Policial confessa ter forjado cena de assassinato de suspeito

Vítima estava rendida e desarmada; sargento diz que atirou porque estava com "raiva"

Por Veja São Paulo
Atualizado em 5 dez 2016, 12h51 - Publicado em 28 jan 2015, 10h26
Polícia - viaturas
Polícia - viaturas (Fernando Neves/Futura Press/Folhapress/Veja SP)
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A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo investiga a participação de policiais militares em um assassinato registrado no início de 2015. Dois PMs teriam atirado em um suspeito de tentar explodir caixas eletrônicos na Zona Leste. A vítima estava rendida e desarmada.

A investigação teve uma reviravolta após um dos policiais envolvidos no caso, o sargento Marcos Akira Rodrigues Teixeira, confessar o crime e detalhar que atirou no suspeito por “raiva”. “Motivos religiosos” o levaram a apresentar a nova versão.

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As informações do depoimento do policial foram reveladas pelo Jornal da Globo, da Rede Globo, e levaram a Corregedoria a apurar a participação de outros PMs que teriam agido para encobrir o assassinato.

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O sargento Akira estava acompanhado do soldado Djalma Aparecido do Nascimento Júnior durante a ação, na virada do ano. Ambos perseguiram o suspeito, Vagner de Sousa Ribeiro, 32, até uma casa nas imediações do banco assaltado.

De acordo com informações prestadas pelo sargento Akira, o homem teria se rendido, quando foi atingido por dois tiros disparados por ele.

Outros quatro tiros foram disparados pelo soldado Djalma Júnior. O soldado nega a versão apresentada por Akira e sustenta que houve troca de tiros entre a equipe policial e o suspeito.

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Armação

Um revólver calibre 32 e três marcas de tiro foram encontrados no local da morte de Ribeiro. Segundo Akira, as marcas eram provenientes de uma encenação que os policiais tentaram montar para sustentar a versão de confronto. Para o soldado Djalma, os pequenos buracos na parede são, de fato, sinais do confronto.

No começo do mês, ambos foram presos temporariamente sob suspeita de forjar a reação e estão sendo investigados pelo homicídio. No dia 22 de janeiro, a Justiça Militar de São Paulo negou o pedido de revogação da prisão temporária do soldado. O juiz Luiz Alberto Moro entendeu que ainda persistem as razões que o levaram a decretar a detenção.

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A Justiça expediu 17 mandados de busca e apreensão para residências de colegas do sargento e do soldado no dia 20 de janeiro. Além das casas, sedes dos batalhões onde os policiais são lotados também foram revistadas.

Armas não registradas, munição não autorizada e drogas foram localizadas e apreendidas, segundo revelou o site ponte.org. Quatro policiais militares foram presos administrativamente pela Corregedoria por portar munição de armas de uso restrito.

A reportagem não conseguiu contato na terça-feira (27) com o advogado responsável pela defesa do sargento Akira. O advogado do soldado Djalma não foi encontrado para prestar informações.

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A PM informou que o prazo para a conclusão do Inquérito Policial Militar é de 30 dias, podendo ser prorrogado por igual período caso haja necessidade.

(Com Estadão Conteúdo)

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