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Marina Barbosa da Silva: “Perdi tudo por causa do vício do meu garoto”

A auxiliar de limpeza de 40 anos está desempregada

Por Mariana Barros e João Batista Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 16h22 - Publicado em 25 jan 2013, 15h21

“Fui ao Cratod na semana passada para tentar internar o meu filho, que tem 22 anos. Eles me disseram que eu teria de levá-lo comigo para uma avaliação, mas como fazer isso se não tenho mais forças nem dinheiro para lutar sozinha contra a situação? Preciso de ajuda, ando desesperada. Para chegar até o Bom Retiro, onde fica o serviço, peguei 3 reais emprestados de uma vizinha. Não tenho mais nada, nada mesmo. Para piorar, estou devendo um celular novo para outra conhecida, pois meu filho roubou o aparelho dela. Meu nome está sujo na praça, de tanta dívida que ele fez. Já falsificou cheque com a minha assinatura, embolsou dinheiro era para pagar conta, fez crediário… Até número de cartão de crédito de parente ele vendeu para o crime. Para acobertálo, fingi que quem tinha feito as despesas era eu, senão iam querer matá-lo.

Deus me livre de ele ser preso. Estou no segundo casamento, e a coisa anda muito ruim em casa. Meu marido não aguenta mais me ouvir falar dos problemas do crack. Meu filho está morando com a minha mãe, que é uma senhora de 76 anos. Aliás, não dá para dizer que realmente vive por lá. Ele passa cinco dias na rua e reaparece de repente, xingando todo mundo e quebrando tudo. Aí, pluft, apaga. Dorme muito, às vezes três dias seguidos. Antes eu gostava muito de quando ele caía na cama. Hoje, fico tensa. Sei que na hora em que despertar estará mais agressivo ainda, já sentindo a abstinência da droga. Compro calmante para que pelo menos ele não machuque ninguém. Mas, para falar a verdade, nem calmante mais faz efeito.”

+ O drama de famílias que recorreram ao novo programa de internação

+ Em vídeo: ex-viciados em crack falam sobre sua recuperação

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