Elizabete de Souza Carvalho Oliveira: “Meu marido fuma na frente da nossa menina de 6 anos de idade”
A diarista de 28 anos é moradora do Jardim Antártica, na Zona Norte
“Já perdi a conta de quantas vezes vi minha filha de 6 anos pedir ao meu marido que largasse o cachimbo de crack. A alucinação é tão grande que ele não se importa de fumar na frente de qualquer pessoa. Certa vez, minha pequena olhou para uma estrela do céu e disse: ‘Quero que o papai abandone as drogas e que a mamãe não brigue mais com ele’. Meu marido hoje tem 25 anos. Começou na vida regada a bebidas e pedras em 2009, na época em que trabalhava como repositor de supermercado. Foi quando um irmão dele deixou a cadeia, onde tinha estado preso por roubo para manter seu vício, e veio nos visitar. Ali foi o começo da desgraça. Meu marido passou por duas internações. Em uma delas, ficou seis meses. Na outra, uma semana. Eu olho para ele e sinto pena e raiva ao mesmo tempo. Amor de mulher, com desejo, não há. Hoje, eu o tenho como um irmão que precisa de ajuda. Por isso vim ao Cratod ao lado da minha sogra, Maria de Lourdes (na foto, de blusa vermelha), e da minha filha, para ver se, desta vez, nosso pesadelo acaba.”
+ O drama de famílias que recorreram ao novo programa de internação
+ Em vídeo: ex-viciados em crack falam sobre sua recuperação