Helena Lunardelli: ela faz brotar a esperança
A florista presenteia com arranjos idosos em casas de repouso
Na semana passada, assim que avistou a chegada dos primeiros cravos e rosas ao Lar Santana, no Alto de Pinheiros, a moradora Ruth de Alencar, de 85 anos, abriu um sorriso. “O dia fica sempre mais festivo”, emocionou-se. Uma vez por mês, a Flor Gentil presenteia senhoras como ela em doze casas de repouso na cidade. O projeto nasceu em setembro de 2010 por iniciativa da florista Helena Lunardelli, de 39 anos. Aos sábados e domingos, integrantes da ONG aguardam o fim de casamentos e formaturas para recolher sobras da decoração ainda de madrugada. O material é enviado ao galpão onde funciona a sede da entidade, no Alto de Pinheiros. Durante a semana, 825 voluntárias se dedicam a montar os arranjos e entregá-los aos idosos. Na preparação, elas procuram as melhores plantas, retiram pétalas machucadas e usam a criatividade para fazer dessas sobras uma nova peça. Desde o início do trabalho, quase 30.000 buquês e vasinhos foram distribuídos.
O negócio surgiu do incômodo que Helena costumava sentir ao ver centenas de plantas acabarem no lixo a cada fim de festa. “Pensei numa maneira de aproveitar tudo aquilo e, ao mesmo tempo, alegrar um pouco a vida das pessoas”, explica. “Alguns dizem que esses presentes são um incentivo para continuarem vivos, já que muitos não recebem mais a visita da família.” Outra vertente da ONG é o Fundo Gentil. A ideia consiste em reciclar as flores para enfeitar festas e eventos de pessoas carentes ou de instituições. “Sempre fico tocada com as cartas de agradecimento que recebo”, diz Helena, que passou os últimos dois anos bancando a entidade do próprio bolso. Em outubro, o Shopping Iguatemi doou a renda de um dia inteiro de estacionamento. O valor ajuda a cobrir as despesas de 38.000 reais mensais, mas a fundadora da Flor Gentil está em busca de um patrocínio. “Meu sonho agora é sair pelo Brasil capacitando jovens para produzir arranjos com a marca da nossa ONG para a Copa e a Olimpíada”, conta ela.
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■ Flor Gentil
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