Família Pesseghini diz que internet pode provar inocência de Marcelinho
Página que homenageia o pai do garoto teria sido criada em rede social antes da descoberta dos corpos
Os avós paternos de Marcelo Pesseghini, suspeito de ter matado no ano passado os pais, a avó e a tia-avó e depois ter se matado, vão entrar com pedido na Justiça para que as investigações sobre o caso sejam reabertas. De acordo com eles, uma página no Facebook pode ser uma evidência de que o garoto não foi o responsável pelos crimes.
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A página “Sargento Pesseghini” foi criada às 16h48 do dia 5 de agosto de 2013 e, de acordo com a polícia, os corpos só foram encontrados às 18h desse mesmo dia. Apesar de ter 851 curtidas, a página não foi muito utilizada. A última postagem realizada foi em 17 de agosto.
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Segundo a advogada Roselle Soglio, que representa a família Pesseghini, o criador da página pode ter alguma relação com os assassinatos. “A pessoa que criou isso tinha conhecimento de que eles já estavam mortos. No mínimo sabia quem tinha sido o autor. Foi de uma ousadia sem limite criar isso.” A advogada vai pedir nesta segunda-feira (14) a reabertura do caso, cujas investigações foram encerradas em maio deste ano.
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“É uma evidência forte de que o Marcelo não é esse monstro que as pessoas estão falando. O que é intrigante é como a polícia não quis investigar, foi negligente ao não ir mais fundo nessa história”, disse Roselle. Apesar de acreditar na inocência do garoto, a família não tem ideia de quem poderia ser o autor. “Eles continuam inconformados.”
Caso
No fim da tarde do dia 5 de agosto de 2013, um soldado da Polícia Militar encontrou na casa da Brasilândia o corpo do garoto e o de seus pais, o sargento da Rota Luís Marcelo Pesseghini, de 40 anos, e a cabo Andréia Regina, 36, mortos com tiros na cabeça. Em uma residência localizada no mesmo terreno, também foram executadas duas outras parentes do menino: a avó materna, Benedita, 65, e a tia-avó Bernadete, 55.
Segundo a equipe do DHPP encarregada do caso, o autor da chacina fez tudo de forma premeditada na noite do último domingo, sem dar chance de defesa às vítimas. A arma escolhida, uma pistola calibre 40, pertencia a Andréia Regina. O pai teria sido o primeiro a receber o disparo, no lado esquerdo da nuca, enquanto dormia de bruços em um colchão da sala. A mãe levou um tiro também na nuca, mas morreu ajoelhada, como se tivesse despertado com o barulho e tentado implorar por clemência. As outras duas vítimas também acabaram assassinadas enquanto dormiam. Pelo estado em que os corpos se encontravam, os peritos tinham certeza de que Marcelinho fora o último a morrer.
Segundo as investigações, o menino teria matado os parentes e, em seguida, saído do local a bordo de um Corsa Classic, que pertencia à sua mãe. O vídeo de uma câmera de segurança de um prédio vizinho à escola mostra o carro de Andréia sendo estacionado nas redondezas por volta de1h15 da madrugada de segunda. Às 6h23, as câmeras registram Marcelinho saindo do veículo, atravessando a rua e dirigindo-se ao colégio. Na saída da escola, onde assistiu normalmente às aulas,ele pegou carona com o pai de seu melhor amigo, parou para buscar um objeto no automóvel da mãe e, na porta de casa, pediu ao motorista para não buzinar. Alegou que seu pai estava dormindo.