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Os programas de intercâmbio mais procurados pelos paulistanos

Cursos no exterior agora misturam o aprendizado do idioma a outros interesses, que vão da economia à arte

Por Rachel Cardoso
Atualizado em 1 jun 2017, 17h14 - Publicado em 26 set 2014, 17h28
Especial Educação - Viagem - Marina
Especial Educação - Viagem - Marina ( Rodrigo Dionisio/)
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Depois de deixar, em dezembro de 2013, o emprego de diretor de infraestrutura de uma empresa da área de saúde na capital, o executivo Luis Soares de Campos Júnior, de 49 anos, percebeu quanto uma falha grave de formação dificultava sua recolocação profissional: o inglês paupérrimo. Para resolver o problema com urgência, investiu cerca de 20 000 dólares para fazer um programa de intercâmbio de trinta dias em uma escola de Chicago, nos Estados Unidos.

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Entre as opções disponíveis, escolheu um curso que conciliava as lições do idioma com um conteúdo de economia e negócios. Assim, no período em que permaneceu no exterior, teve disciplinas como administração e gestão de projetos numa classe com colegas da mesma faixa etária. “Voltei de lá mais fluente e enriquecido pela troca cultural com os outros alunos”, conta Campos Júnior. Entusiasmado com a experiência, embarcou em julho para Londres, na Inglaterra, ao lado das filhas Julia, 15, e Luiza, 11, em outro programa do tipo. A família frequentou o mesmo colégio, mas em classes diferentes. Enquanto ele reforçava o aprendizado obtido em terras americanas, as garotas ganhavam milhagem nessa área para poder, no futuro, se virar sozinhas lá fora.

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A história do executivo mostra duas grandes tendências nesse mercado. Embora os jovens ainda representem o grosso da clientela das agências especializadas, nos últimos anos vem aumentando a proporção de pessoas mais velhas em busca do serviço. Esse “novo” público não quer os tradicionais programas que envolvem apenas o aprendizado do idioma. Deseja conciliar a imersão no exterior com outras áreas de conhecimento, que vão da gastronomia à arte. “É muito mais eficaz praticar o inglês falando de temas que são do seu interesse”, afirma José Carlos Hauer Santos Junior, presidente do Student Travel Bureau (STB), um dos maiores do mercado de São Paulo, com dezesseis lojas na capital (no país, são mais de setenta endereços). Nos últimos dois anos, a empresa registrou um aumento de 40% no número de clientes com mais de 40 anos. 

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Para eles, entre outras opções, o aluno tem a possibilidade de ficar duas semanas aprendendo espanhol em Tenerife, a maior ilha do Arquipélago das Canárias, enquanto mergulha na cultura local. O custo é de aproximadamente 600 dólares e inclui apenas o curso — ou seja, o aluno precisa pagar as passagens e a hospedagem.

 

Uma das principais concorrentes do STB é a Central de Intercâmbio (CI), que também oferece pacotes semelhantes. Duas semanas de curso de inglês combinado a aulas de dança em Nova York saem por 2 000 dólares. Nesse caso, estão embutidas no preço as taxas de matrícula e a acomodação em casa de família, com quarto individual e café da manhã. Por cerca de 5 000 dólares é possível frequentar a Universidade de Artes de Londres em um módulo para estrangeiros que reúne aulas de idioma e de arquitetura. Dura cerca de um mês (inclui matrícula e hospedagem). “Os programas podem ser também customizados para todos os bolsos e gostos”, afirma Celso Garcia, sócio-diretor da CI, com doze endereços em São Paulo e outros quase sessenta espalhados pelo Brasil. “Essas viagens sempre rendem experiências únicas”, completa o executivo.

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A estudante paulistana Marina Pinheiro Loretti, de 22 anos, é uma das que possuem um álbum de recordações fora do convencional. Em 2010, ela frequentou um semestre do ensino médio em Vancouver, no Canadá. Há dois anos, usou o período de férias por aqui para retornar ao exterior. O destino foi a África do Sul, onde trabalhou durante trinta dias como voluntária em um programa para cuidar de crianças com tuberculose em um hospital na Cidade do Cabo. Ficou hospedada em um albergue próximo ao local de trabalho. “Foi a melhor coisa que fiz na vida”, conta. “No começo, meus pais eram contra, por se preocuparem com a minha segurança, mas depois acabaram liberando.”

Especial Educação - Viagem - Santos Junior
Especial Educação – Viagem – Santos Junior ()

O setor de intercâmbio movimentou mais de 1 bilhão de dólares em 2013 e tem registrado crescimento de 5% a 10% anualmente na última década, segundo dados da Belta — sigla em inglês da Associação Brasileira de Organizadores de Viagens Educacionais e Culturais. A entidade reúne as principais empresas de intercâmbio. No mercado nacional, a cidade de São Paulo é a que mais envia estudantes para fora (cerca de 70 000 por ano, segundo estimativas das empresas da área). Canadá, Estados Unidos e Inglaterra são os campeões de procura, mas destinos como Nova Zelândia e China começaram a ganhar espaço nos últimos tempos. “Um dos motivos para o bom momento é que as famílias brasileiras de classe média criaram o hábito de formar poupança para mandar os filhos para o exterior”, diz Santos Junior, do STB. 

Central de Intercâmbio. Praça Charles Miller, 152, Pacaembu, tel.: 3677-3600. https://www.ci.com.br

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STB. Rua Alagoas, 820, Higienópolis, tel.: 3661-0286. https://www.stb.com.br

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