Gafes, foras e momentos tensos no debate presidencial
Presidente Dilma Rousseff foi o principal alvo dos pleiteantes ao cargo de presidente em evento promovido na noite de terça-feira
A presidente Dilma Rousseff (PT) foi o alvo principal dos candidatos durante o primeiro debate presidencial, organizado na noite de terça-feira (26), gerando momentos de tensão. Líder nas pesquisas de intenção de voto, a petista foi bastante questionada por seus principais concorrentes Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB), respectivamente segundo e terceiro colocados. As gafes também marcaram o encontro.
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Além de Dilma, Marina e Aécio, também compareceram ao evento promovido pela Rede Bandeirantes os pleiteantes Pastor Everaldo (PSC), Luciana Genro (PSOL), Eduardo Jorge (PV) e Levy Fidelix (PRTB).
Desde o início do debate, ficou claro que a presidente seria o principal alvo dos questionamentos dos concorrentes ao cargo de presidente da República. Marina Silva escolheu a presidente para fazer sua primeira pergunta e questionou-a por que as mudanças propostas pelo governo após as manifestações de junho de 2013 “deram errado”.
Dilma, que durante os questionamentos dos concorrentes tentou manter a calma, defendeu-se: “Eu considero que tudo deu certo. Fizemos o compromisso da reforma política, mas não foi aprovada pelo Congresso. Acho que deveria passar por uma consulta popular”.
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Marina Silva, que foi endossada candidata do PSB após a morte de Eduardo Campos, mostrou-se mais ofensiva do que em debate anteriores e também eliminou o “marines” – prolixidade e palavras de difícil compreensão – de suas falas. Ela também foi dura com o candidato tucano Aécio Neves, afirmando que, quando assumiu o Ministério do Meio Ambiente, pegou uma pasta sem funcionários.
Ela disse ainda que o mineiro “mostra uma Minas Gerais que não vê o Vale do Jequitinhonha [uma das regiões mais pobres do estado], que não valoriza a educação”. Na réplica, o ex-governador afirmou ter investido em remuneração mesmo nas regiões mais pobres de Minas Gerais.
Aécio, por sua vez, cobrou que a presidente pedisse “desculpas” por causa dos erros cometidos no gerenciamento da Petrobras. “A senhora conduziu a Petrobras a mão de ferro, como presidente e como ministra de Minas e Energia. A nossa maior empresa perdeu metade do seu valor de mercado apenas nos últimos sete anos. Ocupa mais as páginas de escândalos dos jornais do que as de economia. A senhora não quer aproveitar e esse tempo e pedir desculpas ao povo brasileiro?”, cobrou Aécio.
Dilma manteve a calma e respondeu que a afirmação era leviana e que o candidato desconhece a Petrobras. “Hoje é a maior empresa da América Latina. Passou do seu governo de R$ 15 bilhões no governo do PSDB para R$ 110 bilhões”, disse.
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No debate os candidatos também somaram uma série de gafes. Logo no começo do evento, Levy Fidélix (PRTB), ao direcionar pergunta para a candidata Marina Silva, errou o nome do empresário Guilherme Leal, da Natura: “Me resta bombardear a dona Marina. A senhora tem relações muito íntimas com os bancos através de Neca Setúbal e de Guilherme Vilela. A senhora vai fazer um governo contra a agropecuária ou a favor dela?”.
Ignorada pelos outros candidatos nas perguntas diretas, Luciana Genro protesta: “Estou frustrada por não ter sido lembrada”.
Eduardo Jorge (PV) mostrou-se um pouco perdido no palco e acabou passando quatro vezes atrás de Fidélix. No encerramento, o candidato misturou Ganhdi, Tolstói e genocídio.
Marina Silva e Pasto Everaldo escorregaram no português. “Espero que a gente ‘não perda’ essa conquista”. Já Everaldo soltou a palavra “seje” no lugar de “seja”.