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Circo Tihany volta a se apresentar na cidade

Espetáculo, que estreia na quarta (28), terá apresentações de mágica e atos típicos da Broadway

Por Felipe Zylbersztanj
Atualizado em 1 jun 2017, 17h59 - Publicado em 23 nov 2012, 16h06
Circo Tihany
Circo Tihany (Luis Prado/)
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Tem palhaçada? Tem, sim, senhor. Tem acrobata? Tem, sim, senhor. Tem lona montada? Tem, sim, senhor. Então o circo chegou à cidade! Bom… não é bem assim no Tihany Spectacular, que estreia na quarta (28), no Parque Villa-Lobos, depois de um hiato de treze anos sem a caravana passar pela capital. “Combinamos o show tradicional com apresentações de mágica e atos típicos da Broadway: são três gêneros em um só” – diz o diretor executivo e ilusionista Richard Tihany. O clássico picadeiro dá espaço a um palco de 900 metros quadrados. Por baixo de 1,8 quilômetro de lona em tecido antifogo, uma estrutura comporta mais de 2.000 pessoas em cadeiras individuais, enquanto 50 toneladas de aparelhos de ar-condicionado são usadas para climatizar o ambiente. “É um anfiteatro ambulante”, define Tihany.

+ Galeria de fotos do circo Tihany

O espetáculo atual, AbraKdabra, foi criado há oito anos em Las Vegas, nos  Estados Unidos, já passou por México,  Costa Rica e Venezuela e aposta em tecnologia de ponta: 20.000 watts de som, telões tridimensionais e um sistema hidráulico que controla fontes de água e fogo no palco. Essa parafernália e outros custos de produção consomem mais de 1 milhão de reais por mês. Durante as mais de duas horas da apresentação, cinquenta artistas se revezam no palco. Uma das estrelas da trupe é o acrobata (e palhaço) venezuelano Henry Ayala Junior, detentor de dois recordes no Guinness Book. Aos 32 anos, ele já deu 1.109 pulos de corda sobre um cabo a 8,1 metros de altura e 211 saltos em um só minuto no mesmo cabo suspenso – sem aparatos de segurança -, em 2003, na Inglaterra. O próprio Tihany é também o responsável por grandes momentos: aos 60 anos de idade, afirma que fará um helicóptero aparecer do nada, uma dançarina voar e sumirá com os cinquenta artistas no fim do show. “Isso tudo na frente do público e com as luzes acesas”, completa.

A produção calcula que o espetáculo deverá criar 500 empregos temporários em São Paulo, além da equipe fixa de 140 pessoas, entre artistas e técnicos. Destes, 20% são brasileiros — existem profissionais de mais 24 nacionalidades. A turnê brasileira começou em 2010, em Boa Vista, Roraima, visitou outras dezesseis cidades (entre elas, Fortaleza, Salvador e Brasília) e já acumulou um público estimado em mais de 1 milhão de pessoas. Apenas em solo nacional, nasceram cinco crianças, filhas de funcionários.

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Apesar da vocação internacional, a história do Tihany tem sabor local. No meio da década de 50, o mágico húngaro Franz Czeisler, que chegou ao Brasil após escapar da Europa destruída pela II Guerra Mundial, não encontrava um teatro para trabalhar. Resolveu comprar a lona de um show de marionetes no interior de São Paulo, montou um palco e criou uma espécie de espetáculo de variedades, apresentando-se como Tihany, nome da cidade onde nasceu. A ideia deu certo, e ele começou a recrutar artistas europeus, passando a dividir o espaço com bailarinas alemãs, malabaristas russos e cantores regionais pelas cidades paulistas. “Não tinha animais, serragem nem picadeiro, mas, em vez disso, havia palco, cortinas, luzes, balé e cenografia. Mudou a história do circo em 1954”, lembra o argentino Richard Tihany, cujo sobrenome verdadeiro é Massone. Ele ingressou no negócio como ilusionista há trinta anos e acabou escolhido para suceder Czeisler na administração.

Circo Tihany
Circo Tihany ()

A trupe promete compensar os treze anos de ausência em São Paulo com algumas surpresas. Recentemente, quando o AbraKdabra passou por Salvador, o acrobata Ayala fez a travessia entre o Elevador Lacerda e o prédio da prefeitura da cidade, a 72 metros do chão. Caminhou equilibrando-se apenas com uma vara e voltou em um monociclo, num percurso de 80 metros. Nas últimas semanas, ele andou pesquisando locais por aqui para mais uma tentativa de quebra de recorde. “Queremos fazer algo que o povo paulistano nunca viu, com muito perigo, mas também arte”, diz Ayala, representante da quinta geração de uma família circense. Mas não é para já. Os preparativos, que envolvem a escolha do melhor lugar, a obtenção de licenças e a parte técnica, demoram cerca de um mês. Por isso, sua possível nova façanha só deve acontecer no fim de dezembro.

EVENTO GIGANTE

Os números que envolvem a produção do show

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22 trailers

40 carretas

23 caminhonetes

8 cavalos mecânicos

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20 toneladas de decoração

14.000 plumas

250 chapéus

80 perucas

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400 pares de sapatos

150.000 pedras brilhantes

 

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