Ritmo acelerado expõe falhas na construção de ciclovias
Em trecho na Zona Oeste, usuário divide faixa com árvores e postes. Na Zona Leste, problema de sinalização permite que ônibus invadam via
A construção acelerada de novos trechos de ciclovia na cidade, uma das principais bandeiras da prefeitura de São Paulo, tem exposto algumas falhas na operação. Os ciclistas se veem obrigados a dividir as faixas com postes, árvores e pedestres, além de enfrentar desníveis que comprometem a segurança. Problemas de sinalização também chamam a atenção. Por outro lado, é comum ver carros estacionados sobre as vias para bicicletas. VEJA SÃO PAULO circulou por alguns pontos da cidade para conferir a situação das ciclofaixas.
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A recém-inaugurada ciclovia da Avenida Politécnica, no Rio Pequeno (Zona Oeste), é um dos exemplos. Aberta na última terça-feira (23), a via foi pintada ao redor de árvores e postes. Não bastasse esse tipo de obstáculo, quem pedala por ali ainda precisa lidar com carros e motos parados na faixa.
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Durante a tarde desta quarta (24), a reportagem flagrou oito carros estacionados sobre a ciclovia, que começa na Rodovia Raposo Tavares e segue até a Praça César Washington de Proença, onde fica a entrada da USP. O trecho acompanha a movimentada Avenida Politécnica, totalizando 4,2 quilômetros de extensão.
Outro problema é que 700 metros da faixa ficam em cima de calçadas, o que faz com que o usuário precise de certo preparo para resistir aos desníveis. Nesses locais, pedestres e ciclistas devem também dividir o espaço, pintado de vermelho e sinalizado com imagens de bicicletas e faixas.
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De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a ciclovia foi projetada do lado direito da pista – onde há calçadas e comércios – por causa de um córrego no canteiro central. Sobre as árvores e os postes, a companhia informa que eles não prejudicam a passagem dos ciclistas.
Projeto
Além dessas reclamações, há denúncias de irregularidades em outras ciclovias da capital. Um trecho recém-inaugurado na Avenida Francisco Falconi, na Vila Alpina (Zona Leste), teve problemas logo nos primeiros dias de funcionamento. Pintada ao lado de um ponto de ônibus, a ciclovia foi invadida pelos coletivos, que são obrigados a cruzar a faixa para pegar os passageiros.
A CET informou que foi constatado um problema na sinalização. De acordo com a companhia, a correção do projeto foi realizada na véspera da inauguração, em 29 de agosto. Segundo dados da prefeitura de São Paulo, a meta é implantar uma malha de 400 quilômetros de ciclovias até o fim de 2015. Uma pesquisa realizada recentemente pelo Ibope constatou que 88% dos paulistanos se mostram a favor da construção e ampliação de ciclovias na cidade.