Continua após publicidade

Alckmin e Grella defendem a ação da PM contra manifestantes

Segundo comandante, disparo que atingiu jornalista era direcionado para o chão

Por Redação Veja São Paulo
Atualizado em 5 dez 2016, 15h54 - Publicado em 14 jun 2013, 15h13

Em evento para anunciar a implementação da Operação Delegada em cidades do interior do estado, na manhã desta sexta-feira (14), o governador Geraldo Alckmin (PSDB), o secretário de Segurança Pública Fernando Grella Vieira e o comandante geral da Polícia Militar Benedito Roberto Meira comentaram a ação da polícia durante a manifestação do Movimento Passe Livre na última quinta-feira (13).

+ Prefeito reitera que tarifa será mantida e repudia violência

+ Protestos em São Paulo repercutem na imprensa internacional

+ Acompanhe as informações sobre os protestos desta quinta

O governador não respondeu as perguntas dos jornalistas sobre a ação da Polícia Militar na manifestação contra o aumento das tarifas do transporte público. Alckmin fez apenas uma declaração, defendendo a ação policial e acusando os manifestantes de vandalismo. “O que nós temos assistido são atos de destruição e vandalismo.”

Segundo o secretário Fernando Grella Vieira, a polícia cumpriu seu papel e foi correta. Ele afirma que todos os desvios serão apurados pela Corregedoria e descartou a punição a qualquer comandante da PM. “Era uma ação necessária, complexa e de risco. Não temos nenhum dado que aponte algum erro do comando.” O secretário afirmou ser legítimo o movimento e a manifestação das pessoas, mas, segundo ele, o papel da polícia era de manter a ordem. “A sociedade não tolera violência de lado a lado. Todos os casos serão apurados com rigor.”

O comandante da região central Reynaldo Simões Rossi afirmou que o acordo inicial com os manifestantes era de seguir do Teatro Municipal para a Praça Roosevelt e que o confronto só aconteceu porque manifestantes teriam agredido os policiais primeiro. Segundo o coronel, treze homens da PM ficaram feridos. O Movimento Passe Livre calcula pelo menos 100 manifestantes machucados.

Jornalistas

Durante a manifestação de quinta, vários casos de jornalistas feridos foram registrados pela imprensa. Dois mais graves aconteceram com repórteres do jornal Folha de S. Paulo, atingidos por disparos de balas de borracha na cabeça. Segundo o comandante geral da PM, Benedito Roberto Meira, assim que imagens da jornalista Giuliana Vallone foram divulgadas, uma equipe foi enviada ao local para investigar o que havia acontecido. De acordo com ele, a bala que atingiu Giuliana no olho teria sido disparada em direção a manifestantes que haviam agredido policiais. O disparo teria então atingido o chão, ricocheteado, atingindo-a.

Continua após a publicidade

“O repórter tem duas opções: ele pode acompanhar o efetivo da PM ou os manifestantes. Se houver um confronto e ele estiver acompanhando a polícia, poderá ser atingido por pedradas, rojões e morteiros. Se acompanhar os manifestantes, ele pode ser atingido por materiais químicos e balas de elastômero. É um risco. É o risco da profissão dele e da nossa profissão também”, afirmou Meira.

A versão de Meira é diferente da apresentada por Giuliana no Facebook.  “Não vi nenhuma manifestação violenta ao meu redor, não me manifestei de nenhuma forma contra os policiais, estava usando a identificação da Folha e nem sequer estava gravando a cena. Vi o policial mirar em mim e no querido colega Leandro Machado e atirar. Tomei um tiro na cara. O médico disse que os meus óculos possivelmente salvaram meu olho”, escreveu.

Causa

Os protestos começaram logo após o reajuste da passagem de ônibus, metrô e trens de R$ 3,00 para R$ 3,20, no domingo (2). A tarifa não sofria alterações desde janeiro de 2011. A cota de junho para estudantes já será calculada com base no valor de R$ 1,60, o equivalente à metade do novo bilhete.

Continua após a publicidade

Publicada no Diário Oficial do último dia 25 de maio, a decisão do prefeito Fernando Haddad decretou um reajuste de 6,67%. Se fosse aplicada a inflação do período, a tarifa cheia chegaria a R$ 3,40.

O Ministério Público de São Paulo tentou negociar um prazo de 45 dias de trégua entre manifestantes e o poder público, mas não houve acordo.

Preocupação

A Anistia Internacional demonstrou preocupação com os protestos e pediu uma solução pacífica. Em nota, a organização demonstrou apreensão com o discurso das autoridades, que sinalizaram com a “radicalização da repressão e a prisão de jornalistas e manifestantes, em alguns casos enquadrados no crime de formação de quadrilha”. No texto, o movimento se posicionou contra a depredação do patrimônio público e os conflitos.

Um Tumblr foi criado para reunir as fotos dos feridos no protesto.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de 35,60/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.