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Advogado do suspeito de torturar enteada compara imagens com “vídeo-cassetadas”

Empresário foi preso na sexta-feira (26) após denúncia anônima de maus-tratos. Vídeos e fotos de menina de 3 anos foram encontrados em celular

Por VEJA SÃO PAULO
Atualizado em 5 dez 2016, 14h02 - Publicado em 30 set 2014, 12h47

O empresário Maurício Moraes Scaranello, de 35 anos, foi preso na última sexta-feira (26) em Araçatuba, no interior de São Paulo, suspeito de maltratar a enteada de 3 anos. Apesar de vídeos divulgados na internet mostrarem ele incentivando a garota a comer cebola e impedindo-a de dormir, o advogado de Scaranello, William Paula de Souza, classificou as imagens como brincadeiras “de mau gosto”, comparando a situação com as “vídeo-cassetadas”.

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Ele disse ainda que as fotos da menina nua encontradas no celular de seu cliente não têm “conotação sexual ou libidinosa”. Por isso, Souza entrou ontem com pedido de relaxamento de flagrante e espera a libertação do empresário.

 

Após receber denúncias anônimas de tortura, a polícia foi até o condomínio onde Scaranello mora com a criança e a mãe dela com um mandado de busca e apreensão na última sexta-feira. Os agentes encontraram o empresário na portaria e a menina sozinha em um quarto da residência. Ela tinha marcas de queimadura por cola nas pernas e genitálias. Ele foi detido em flagrante e transferido para uma prisão em Penápolis.

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De acordo com o advogado, a menina teria encontrado a cola em uma gaveta da casa, machucando-se. O acidente foi o argumento apresentado por Souza para justificar as fotos da criança nua encontradas no celular do suspeito. “Ele registrava tudo o que acontecia na família. Com isso, tirou as fotos do acidente. As imagens não têm conotação sexual ou libidinosa.”

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Após a prisão, dois vídeos que o empresário fez com a criança circularam pela internet. Em um deles,  incentiva a criança a comer cebola dizendo que é uma maçã. No segundo, o empresário assusta a menina, que cochila assistindo à televisão. “Não é comum ver vídeo-cassetadas fazendo pegadinhas com crianças? A voz dele não é de um torturador, é uma brincadeira. É de mau gosto? Sim. Mas é uma brincadeira.”

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O que intriga os policiais que investigam o caso são as discrepâncias nos depoimentos da mãe e de Scaranello. “Ele alega que a menina estava no quarto e a mãe no banheiro quando a cola caiu. Já ela disse que estava em curso, fora de casa. É uma divergência estranha. Se foi um acidente mesmo, eles não precisavam inventar”, disse o delegado Getúlio Nardo.

Maurício Scaranello vive com a mãe da criança há um ano e meio. Computadores da residência foram levados para a análise da perícia. 

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