Youtubers mostram como fazer reparos e reformas em casa
No período da quarentena, esses canais ganharam mais adeptos
Fazer uma parede com cimento queimado ou montar uma textura com hexágonos em relevo são missões que todo mundo pode criar e sem pesar no bolso. É o que tenta mostrar uma turma de youtubers que mantém canais de reparos e reformas para a gente mesmo fazer, no estilo DIY, o “faça você mesmo”.
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Neste momento em que as pessoas ficam mais tempo em casa, eles veem o acesso a seu conteúdo crescer e até mesmo produções antigas estão ressuscitando. Paulo Biacchi, que passou por programas como o Decora, na GNT, e o É de Casa, da Globo, produz há cinco anos seu canal em paralelo.
Ficou impressionado quando notou que as visualizações da sua série de vídeos sobre concreto aumentaram. Na toada, tem opções para fazer em rosa e o marmorizado, gravado em 2017, que, segundo ele, saltou de 200 000 views para mais de 800 000 views na quarentena. Também viu comentários positivos serem postados na dica da parede de cimento queimado, feito com menos de 30 reais e de fácil aplicação. “As pessoas tinham um preconceito com o artesanal, de que era cola quente e papelão, mas conseguimos, sim, fazer produtos bonitos, com os materiais corretos”, afirma.
Gui Toledo, do Canal Partiu Alasca, concorda. Ele começou o projeto audiovisual entre 2016 e 2017 com a namorada, Janaína Isabel. Os dois decidiram viajar até o estado americano com uma van, que precisou de reparos no meio do caminho. Tudo foi registrado pelas câmeras. “Nós, brasileiros, temos a autoestima baixa nesse quesito de trabalhos manuais, e eu quero mostrar que a gente pode pôr a mão na massa e realizar”, diz.
As suas produções vão desde repaginações simples, como revestimento de parede de hexágonos com gesso, ao custo de 7 reais por metro quadrado, queridinho dos internautas durante o isolamento, até trabalhos mais elaborados, como o balanço, o rack para TV e, nos mais recentes, um espelho com iluminação de LED para penteadeiras. Com produtos fáceis de conseguir e manusear.
Quem também se surpreendeu com a repercussão de suas criações foi Eduardo Wizard, de 23 anos, morador da cidade de Ortigueira, no Paraná, com pouco mais de 20 000 habitantes. Com seu canal há cinco anos, ele percebeu que chegavam ao seu perfil cerca de 2 000 novas pessoas por dia, desde março, o que levou a 960 000 inscritos. Sua obra favorita é a reforma que fez no quarto da mãe, por 100 reais. Repaginou cômodos da casa da avó, dos tios e dos amigos também, mas não cobra por isso. “Gosto de mostrar que se eu, que moro numa cidade que não tem loja de tinta, consigo fazer uma transformação em um ambiente, qualquer um pode”, explica.
Como ele faz as cores? “Tinta branca e pigmento. Recebo perguntas dos nomes dos tons, mas não tem, fui testando mesmo”, afirma. Na onda, entram também as mulheres, como Maddu Magalhães e Paloma Cipriano, que, além das reformas, explica como fazer reparos do dia a dia, por exemplo, trocar uma tomada de lugar sem quebradeira. “Tudo bem se não ficar perfeito, dá orgulho só de ter conseguido fazer”, diz Toledo. Além disso, muitos têm encarado o “faça você mesmo” como terapia. “É um momento de desconexão: não tem como fazer um furo na madeira e mexer no celular ao mesmo tempo”, garante Biacchi.
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