Três perguntas para Débora Falabella
Depois de apresentar uma mostra de repertório, a atriz e seu Grupo 3 de Teatro entram em cartaz no CCBB com uma nova montagem, o drama <em>Contrações</em>
No que interferiu a excursão por oito cidades de São Paulo antes da estreia oficial? Fizemos ensaios abertos seguidos de debates antes decomeçar a trabalhar com a diretora Grace Passô. O texto estava pronto, mas as cenas ainda passavam por experimentações. Tudo era gravado e assistíamos juntos. A coisa mais interessante foi ver que o público esperava por reações explosivas das personagens e como essas sensações de cada um cabiam no contexto da peça.
Que tipo de ideia vocês puderam aproveitar? A Yara de Novaes e eu interpretamos duas mulheres do mundo corporativo, a gerente e a funcionária. O público queria que elas saíssem no tapa e tinha reações que beiravam o absurdo.Todos pediam uma atitude da subordinada.Ouvimos desabafos de pessoas, inclusive com cargo de chefia, que lamentavam a crueldade notada por elas nas empresas. Enxergaram ali atos que elas mesmas cometiam sem perceber.
O Grupo 3 ocupou o Teatro Sérgio Cardoso em setembro. Você acredita que os fãs da televisão procuraram as peças da companhia? Para mim, a televisão só traz ganhos. O público vai ao teatro, descobre outro tipo de trabalho e geralmente gosta. Muitos assistiram a um espetáculo e voltaram para ver os outros dois nessa mostra. Montamos textos nos quais acreditávamos, e é bom saber que as pessoas se identificaram com isso.