Três perguntas para Caco Ciocler
Em sua quarta experiência como diretor, o ator paulistano monta <em>No Exit — Entre Quatro Paredes</em>, que estreia no Sesc Santo Amaro
Dirigir é uma forma de permanecer ligado ao teatro em meio às gravações de uma novela? É mais uma inquietação de querer estar do outro lado. Sempre estou envolvido com teatro, mas quando não preciso fcar no palco tudo é simplifcado em meio a uma rotina de gravações. Não tenho de negociar a cada semana a liberação da novela. O teatro virou um santuário, o lugar onde faço o que realmente me interessa como artista e como pessoa.
+ No Exit – Entre Quatro Paredes
O que o interessou nesse texto de Jean-Paul Sartre já tão montado? Esse texto surgiu em conversas com o meu psicanalista, da mesma forma que A Construção, monólogo que protagonizei em 2012. Acho importante falar da dependência que temos em relação ao outro. A nossa vida vira um inferno quando não recebemos o que esperamos. Quero discutir minhas questões pessoais. A televisão e o cinema garantem a minha sobrevivência, portanto não me preocupo com dinheiro ao me envolver com um espetáculo.
Nos palcos, hoje você prefere dirigir ou atuar? Eu tenho uma cabeça mais de diretor. Sempre fquei revoltado quando me mandavam fazer coisas no palco com que não concordava. Gosto de dar sugestões aos colegas. Um ator precisa entrar mais no jogo proposto, aceitar as orientações. E acho que hoje sou melhor diretor do que ator.