Três exposições imperdíveis de fotografia na capital
Individuais de Miguel Rio Branco e André Penteado e coletiva na Pinacoteca mostram o melhor da produção do suporte na arte contemporânea brasileira
A produção brasileira de fotografia é tão potente que pode preencher museus paulistanos inteiros com cliques deslumbrantes. Entre as melhores exposições em cartaz na cidade estão três voltadas para o suporte: as individuais de Miguel Rio Branco e André Penteado e a coletiva na Pinacoteca. Visite todas, se possível: a programação é imperdível.
Miguel Rio Branco precisou de muita lábia para se aproximar dos personagens da série Maciel — o mesmo nome do bairro de prostituição na região do Pelourinho, em Salvador. Durante metade do ano de 1979, o fotógrafo frequentou a área degradada e marginalizada com o intuito de registrar casebres deteriorados e o interior de bares e prostíbulos, além de cenas de nudez e sexo. Cerca de sessenta registros estão reunidos na mostra Nada Levarei Quando Morrer, no Masp.
André Penteado, na Zipper Galeria
Os cliques de André Penteado não são convencionalmente bonitos. E é justamente por isso que chamam atenção. Enquadramentos esquisitos, cores pálidas, expressões neutras e closes ampliados até demais marcam todo o seu trabalho fotográfico. Com a imparcialidade e determinação de um pesquisador, o paulistano investiga períodos específicos da história do Brasil. As catorze fotos de Missão Francesa, registram resquícios da delegação da França que, no século XIX, fundou a Academia Imperial de Belas Artes no Rio de Janeiro.
Antilogias: o fotográfico na Pinacoteca
Depois de selecionarem cerca de oitenta fotografias do acervo da Pinacoteca, os curadores Mariano Klautau Filho e Pedro Nery engordaram o acervo da exposição ao convidar catorze artistas do Rio Grande do Sul, Pernambuco, Pará e São Paulo para criar mais de 170 trabalhos especialmente para a mostra. O resultado é um ótimo apanhado da produção contemporânea de imagens.