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Thiago Arancam volta ao Brasil para protagonizar ‘O Fantasma da Ópera’

O artista morou doze anos na Europa e agora busca seu espaço por aqui

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 14 fev 2020, 16h00 - Publicado em 27 jul 2018, 06h00
Carreira internacional: o artista viveu na Europa por doze anos (Alexandre Disaro/Veja SP)
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O ar seco e poluído de São Paulo nas últimas semanas preocupa Thiago Arancam, o protagonista da nova montagem de O Fantasma da Ópera. Em seu camarim, no Teatro Renault, o tenor paulistano, que ficou doze anos radicado na Europa e voltou ao Brasil em 2017, abriu espaço para um nebulizador, frascos de soro fisiológico e um purificador de ar. “Não bebo, não fumo, saio pouco e durmo bem porque vários fatores afetam meu instrumento de trabalho”, afirma o artista de 36 anos. “Essa secura tem de ser minimizada para eu subir no palco na minha melhor forma.”

Na pele do protagonista da superprodução, que entra em cartaz na quarta (1º), o cantor tem a chance de alcançar a popularidade em seu país. Sucesso há três décadas na Broadway, o musical de Andrew Lloyd Webber ganhou uma avassaladora versão em São Paulo entre 2005 e 2007, que contabilizou 880 000 espectadores, o maior êxito do gênero no Brasil.

Na trama, Arancam é o deformado gênio da música que vive no subterrâneo da Ópera de Paris. Apaixonado pela corista Christine (papel de Lina Mendes), ele recorre a métodos questionáveis para transformá-la em uma estrela.

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Lina Mendes e Thiago Arancam em cena do espetáculo: a corista e o gênio deformado (Alexandre Disaro/Veja SP)

Para que a máscara do personagem pudesse ser moldada, Arancam ficou duas horas com gesso no rosto. A maquiagem antes de cada sessão levará o mesmo tempo. O artista não mede esforços, tanto que, no começo dos ensaios, trocou a casa recentemente montada em Alphaville por um apartamento em Moema. “Não dava para enfrentar uma hora e meia de trânsito”, declara, confessando-se desacostumado com a rotina da cidade.

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Arancam foi criado na região central e descobriu a música no coral do Liceu Coração de Jesus. “Aos 6 anos, cantei Parabéns a Você e o maestro ficou impressionado com minha impostação vocal”, conta.

Crescido, faturou o sustento em eventos para empresas, casamentos e formaturas, até vencer, em 2004, o Concurso Internacional de Canto Erudito Bidu Sayão, no Pará. Foi seu passaporte para a Europa, e Arancam fixou residência na Itália. Desde então, participou de mais de 600 apresentações pelo mundo. “O que fiz em dois ou três anos, eu precisaria de uma década para realizar no Brasil”, afirma, admitindo que desconhecia a produção de musicais por aqui e que não tinha visto nenhuma versão de O Fantasma da Ópera antes de março deste ano.

O único filho, Diego, de 4 anos, nasceu em Mônaco e mora com sua ex-mulher, uma italiana. Visitas estão programadas, mas, por enquanto, a saudade é amenizada pelo telefone ou pela internet. “Ele se acostumou com meus compromissos, tanto que, quando perguntam o que faço, responde: ‘Papai gira mundo’ ”, diz, imitando o sotaque italiano.

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Carreira internacional: o artista viveu na Europa por doze anos (Alexandre Disaro/Veja SP)

A conquista do Brasil começou a ser esboçada no ano passado. Em setembro, o artista lançou o álbum Bela Primavera, uma ponte entre o lírico e o pop. No roteiro do show homônimo, que correrá o país nas folgas de O Fantasma da Ópera, sucessos de Caetano Veloso, U2, Queen, Frank Sinatra e Dorival Caymmi convivem com temas operísticos.

Foi durante as gravações de um clipe do álbum que Arancam se aproximou da cantora Paula Fernandes, sua namorada por cinco meses. “Nossas agendas não batiam”, resume, com a resposta pronta, para justificar o rompimento em outubro último. “A Paula me reconectou com o Brasil, mas eu já vinha me preparando para voltar”, garante. É por aqui que o artista, sem estrelismo, deseja concentrar sua atenção e ter reconhecido o vozeirão que conquistou fãs do quilate de Plácido Domingo, um dos tenores que o inspiraram e com quem dividiu o palco na ópera Cyrano de Bergerac.

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Uma produção de números

O musical foi traduzido para quinze idiomas

140 milhões de espectadores viram o espetáculo, em 35 países e 160 cidades

880 000 pessoas assistiram ao musical em são Paulo, entre 2005 e 2007

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230 figurinos, 111 perucas, 39 atores e bailarinos integram o elenco da montagem brasileira

30 anos em cartaz. O musical estreou na Broadway em 26 de janeiro de 1988

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