Teatro Moise Safra abre as portas para o público geral na Barra Funda
Antes restrito a atividades do Colégio Renascença, espaço será inaugurado com três montagens
Com três espetáculos na programação, o Teatro Moise Safra abrirá as portas ao público pela primeira vez em São Paulo. A partir de 18 de novembro, o espaço inicialmente criado para atividades internas do Colégio Renascença terá uma mostra inaugural com sessões de duas montagens premiadas e uma inédita.
“Construído em 2019, o teatro não pôde funcionar por conta da pandemia e ficou restrito ao colégio”, explica o diretor de produção Alberto Naar.
Com espetáculos teatrais, musicais e de dança aos fins de semana, o local comporta 420 pessoas e a organização planeja incluir festivais e horários alternativos, como a Sessão Rede de Apoio, uma espécie de CineMaterna (projeto de sessões de cinema especiais para famílias com bebês).
“Será uma adaptação dos espetáculos, com luzes e sons mais brandos para as mães com bebês. Além disso, faremos sessões com recreação na área externa, incluindo oficinas de pintura e brinquedos infláveis para deixar as crianças enquanto os adultos assistem aos espetáculos em horários mais acessíveis.”
Com investimento da Fundação Moise Safra, o teatro passou por pequenas reformas para a abertura. Entre obras infantis e adultas, oitenta apresentações estão projetadas para 2024, incluindo dez shows musicais, tanto de música infantil como instrumental.
“Inclusão é uma das nossas linhas curatoriais. Com isso em mente, encontramos um músico nos Estados Unidos que criou um colete para deficientes auditivos acompanharem a música de um espetáculo. É outra novidade que queremos trazer a São Paulo pela primeira vez no ano que vem.”
Para a inauguração, serão cinco sessões de três peças, realizadas entre os dias 18 e 20 de novembro: a inédita 60 Dias de Neblina, dirigida por Beth Goulart, retrata Luísa, interpretada por Juliana Didone, uma mãe de primeira viagem às voltas com os meses iniciais da maternidade (18/11, 20h; 19/11, 11h); Hominus Brasilis, idealizado por Matheus Lima e Helena Marques, apresenta a técnica de “plataforma”, com quatro atores que contam a história da humanidade em cima de um tablado, sem nenhuma fala (19/11, 20h; 20/11, 19h); e, por último, a casa apresenta Kalu e a Lua, montagem infantojuvenil sobre a loba Kalu, que ao nascer, no cerrado brasileiro, olha para o céu, vê a Lua e a adota como mãe (20/11, 14h).
“Em todos os lugares e durante toda a história da humanidade, as pessoas sempre produziram cultura”, reflete Alberto. “Manter esse espaço é importante para mim porque, se perdermos isso, perde-se um pouco do que significa ser humano.”
Rua Prof. Walter Lerner, 315, Barra Funda, ☎ 3824-0788. 18 a 20/11. ♿ R$ 60,00 a R$ 100,00. @teatromoisesafra
Publicado em VEJA São Paulo de 10 de novembro de 2023, edição nº 2867