8/20Passeio Shopping Light: sala de máquinas está fechada para visitação e deve ser aberta em breve para os visitantes que participarem do tour(Ricardo D Angelo)
Passeio Shopping Light: sala de máquinas está fechada para visitação e deve ser aberta em breve para os visitantes que participarem do tour
11/20Passeio Shopping Light: escadarias usadas pelos antigos funcionários da Light hoje são utilizadas pelos visitantes do centro de compras(Ricardo D Angelo)
Passeio Shopping Light: escadarias usadas pelos antigos funcionários da Light hoje são utilizadas pelos visitantes do centro de compras
14/20Passeio Shopping Light: no portão da esquerda funcionava o acesso dos presidentes e diretores da Light. À frente, o acesso dos demais funcionários(Ricardo D Angelo)
Passeio Shopping Light: no portão da esquerda funcionava o acesso dos presidentes e diretores da Light. À frente, o acesso dos demais funcionários
20/20Passeio Shopping Light: entrada do edifício leva o nome de Alexandre Mackenzie, segundo presidente da empresa que ocupou o prédio entre 1899 e 1981(Ricardo D Angelo)
Passeio Shopping Light: entrada do edifício leva o nome de Alexandre Mackenzie, segundo presidente da empresa que ocupou o prédio entre 1899 e 1981
Cravado em um dos pontos mais nobres do centro da cidade, na Rua Coronel Xavier de Toledo, o edifício que abriga o Shopping Light carrega uma parte da trajetória da capital e reserva espaços recheados de histórias, contadas por meio de um passeio gratuito por muitas de suas instalações fechadas ao público geral.
Com 47 metros de altura, nove andares e uma área de 19 143 metros quadrados, o prédio recebe cerca de 40 000 visitantes por dia. Para relembrar curiosidades e momentos marcantes do imóvel, um tour interno ocorre todo último domingo do mês, acompanhado de um guia especializado.
VEJA SÃO PAULO participou deste passeio e teve acesso também a hoje fechada sala de máquinas, que abriga os equipamentos responsáveis pelo funcionamento dos elevadores originais, datados de 1929 – hoje desativados.
Por que Light?
Com a criação do Teatro Municipal, quase a sua frente, o Teatro São José perdeu espaço. Com isso, o ponto que ocupava no centro foi vendido à Light, empresa de origem canadense responsável por difundir os serviços de energia elétrica na capital entre 1899 e 1981.
O antigo imóvel foi demolido e surgiu, em 1929, o prédio onde atualmente funciona o Shopping Light. Construído por Ramos de Azevedo, famoso arquiteto brasileiro do século XX, e projetado por norte-americanos, foi ampliado em 1941 e leva até hoje o nome de Alexander Mackenzie, segundo presidente da companhia energética.
Em 1981, o governo estadual adquiriu o grupo Light dando origem a Eletropaulo, que comanda até os dias atuais a distribuição de energia em todo o estado. O prédio foi vendido no início da década de 90 e assim transformado em um shopping center em 1999, matendo o nome da empresa. Antes, em 1984, teve uma parte tombada e é considerado parte do patrimônio público da cidade.
O tour pelas dependências leva em torno de uma hora. O passeio começa em frente aos grandes portões de ferro ao lado de um chão de vidro e abaixo de um vitral, ambos próximos à entrada do shopping. Do outro lado das grades, encontram-se os elevadores antigos, usados pelos presidentes e demais diretores que administravam a Light.
Os visitantes são levados até o sétimo andar, onde fica o terraço. De lá, é possível contemplar uma vista privilegiada do centro. Pontos turísticos como Teatro Municipal, a sede da prefeitura e o Viaduto do Chápodem ser vistos de cima por alguns minutos. E, claro, fotos estão liberadas. Os guias oferecem também protetor solar.
Nesse mesmo local, na década de 80, quando a empresa foi comprada e passou a se chamar Eletropaulo, muitos funcionários antigos foram demitidos e perderam os direitos trabalhistas. Por isso, algumas pessoas cometeram suicídio pulando lá de cima. Funcionários da noite juraram já ter ouvido passos nas escadas.
Ali, dá para ver por entre os vidros o local que abriga o maquinário que movia os elevadores. O local está fechado devido a questões de segurança. Os organizadores pretendem incluir em breve a visita ao espaço.
Tour interno
O passeio segue então para o interior do prédio. Nas escadas, é nítida a diferença entre a parte tombada e a não tombada, a começar pelo piso do shopping. Azulejos nas paredes e o corrimão de madeira são mantidos da obra original.
Áreas que mantêm a estrutura feita em 1929 acabam passando despercebidas também devido à ocupação de novos estabelecimentos do shopping. Uma lan house foi montada em frente a um dos halls dos elevadores antigos, por exemplo.
As escadas representavam uma diferença hierárquica entre os funcionários da Light. Membros da diretoria e da presidência utilizavam os modelos feitos de ferro, fixados entre mármores e com uma espécie de decoração rústica, além também de possuir acesso aos elevadores. Os demais funcionários utilizavam apenas os tipos convencionais.
Descendo mais alguns degraus pelos corredores um pouco sem luz e de ar sombrio, o trajeto chega ao local de início. Ali, o visitante pode conferir de perto como eram os elevadores antigos, ainda com portas de grades, e tirar algumas fotos na parte de dentro da estrutura.
Ao lado da entrada principal, hoje funciona um café. Na época, o balcão onde os visitantes do shopping agora apoiam xícaras e biscoitinhos recebia pessoas que iam pagar contas de energia que estavam atrasadas. O passeio termina com uma ida até o lado de fora da estrutura, onde é possível apreciar a fachada do shopping.
Em março, o passeio ocorre no dia 29, um domingo. As inscrições podem ser feitas com antecedência no site oficial do shopping ou no balcão de informações até uma hora antes do início dos tours, às 14h e às 16h. É indicado ir com roupas e calçados confortáveis. Menores de 16 anos devem estar acompanhados. Idosos e pessoas com algum tipo de dificuldade de mobilidade também podem participar. Um bombeiro acompanha todo o trajeto.
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