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Relembre a discografia completa do Titãs

Entre o pop acústico e o punk, a banda experimentou de tudo. Acompanhe, álbum a álbum, a trajetória de um dos maiores grupos brasileiros

Por Tiago Faria
Atualizado em 1 jun 2017, 18h07 - Publicado em 3 out 2012, 11h12

De 1984 a 2009, o Titãs lançou onze discos de estúdio, seis álbuns ao vivo, uma coletânea dupla e um CD de versões. Não foi uma trajetória descrita em linha reta. Nos trinta anos de carreira, a banda experimentou do grunge ao pop, plugou-se e desplugou-se (em um bem sucedido projeto acústico da MTV), ousou e repetiu truques antigos e, por fim, escreveu algumas das canções brasileiras mais memoráveis das últimas décadas. Aos fãs, o marasmo criativo dos dois últimos álbuns pode soar desanimador. Mas, como poucas outras bandas nacionais, o quarteto sabe surpreender. Relembre na lista abaixo, disco a disco, essa história musical:

Titãs (1984)

Impulsionado pelo hit Sonífera Ilha, que vendeu 60.000 compactos, o disco de estréia do grupo tinha tudo para ser um sucesso. Mas não foi – vendeu apenas 50.000 unidades. No repertório, versões como Marvin (para Patches, de Ronald Dunbar e G.N. Johnson) e Querem Meu Sangue (para The Harder They Come, de Jimmy Cliff) foram ofuscadas por uma produção precária. Apesar das participações em programas de TV como o Cassino do Chacrinha, ainda não era o grande momento da banda.

Televisão
Televisão ()

Televisão (1985)

O conceito parecia promissor: como numa espécie de “zapping” sonoro, cada canção do disco representaria um canal de TV. Na prática, no entanto, a diversidade pop (produzida por Lulu Santos) soou confusa e fracassou nas prateleiras – vendeu 24.000 cópías. Músicas como Pra Dizer Adeus, Insensível e Não Vou Me Adaptar foram regeneradas pelo grupo nos anos 90. Mas foi a faixa de encerramento, Massacre, que apontou para a ruptura do disco seguinte.

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Cabeça Dinossauro
Cabeça Dinossauro ()

Cabeça Dinossauro (1986)

A primeira parceria do conjunto com o produtor Liminha aparece com freqüência em listas de melhores discos brasileiros de todos os tempos. Não à toa. Influenciados por um período conturbado – Tony Bellotto e Arnaldo Antunes foram presos por porte de heroína no fim de 1985 -, os integrantes encontraram no peso sonoro e poético uma estratégia para unir canções de verve punk, como Polícia e Bichos Escrotos. No início deste ano, a banda retomou o repertório em uma série de shows.

Jesus Não tem Dentes no País dos Banguelas
Jesus Não tem Dentes no País dos Banguelas ()

Jesus não tem Dentes no País dos Banguelas (1987)

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O álbum reprisou a sonoridade pesada do anterior, que definiu uma identidade para a banda, com músicas diretas e potentes como Diversão, Desordem e Lugar Nenhum. Novamente, foram bem recebidos pela crítica.

Õ Blésq Blom

Õ Blésq Blom

Õ Blésq Blom (1989)

Depois de lançar o ao vivo Go Back, em 1988, o Titãs iniciou um novo ciclo com um disco menos nervoso e compacto que os dois anteriores. Com acenos tanto para a Tropicália quanto para o repente pernambucano (o disco é aberto por uma introdução cantada pela dupla Mauro e Quitéria), o disco mostrou um bom equilíbrio entre o pop (de Flores, por exemplo) e a inspiração punk (Miséria, O Pulso).

Tudo ao Mesmo Tempo Agora
Tudo ao Mesmo Tempo Agora ()
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Tudo ao Mesmo Tempo Agora (1991)

Produzido pela própria banda, o disco deu meia-volta e retornou à crueza da fase Cabeça Dinossauro, com letras ainda mais agressivas, como as de Saia de Mim e Isso para Mim é Perfume, e influência do grunge americano. Recebido sem entusiasmo tanto pelo público quanto pela crítica, foi elogiado por Caetano Veloso. No ano seguinte, Arnaldo Antunes saiu da banda para dedicar-se à carreira-solo.

Titanomaquia
Titanomaquia ()

Titanomaquia (1993)

Com produção caprichada de Jack Endino (de Bleach, do Nirvana), o disco tornou ainda mais explícita a aproximação entre o Titãs e o grunge. As duas músicas de abertura, Será que é Disso que eu Necessito? e Nem Sempre se Pode ser Deus, foram acolhidas pela MTV, mas cresceram principalmente no palco. 

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Domingo
Domingo ()

Domingo (1995)

Desgastados pelo declínio da popularidade e pelo fim da onda grunge, os Titãs tiraram respiraram em projetos paralelos: Nando Reis e Paulo Miklos lançaram discos-solo e Tony Bellotto embarcou na carreira literária. De volta ao estúdio, novamente com o produtor Jack Endino, retomaram o espírito pop de Õ Blésq Blom em um álbum mais diversificado e palatável, marcado por novos hits como a faixa-título e a versão de Eu Não Aguento, da banda Tiroteio.

Acústico MTV
Acústico MTV ()

Acústico MTV Titãs (1997)/Volume Dois (1998)/As Dez Mais (1999)

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Na segunda metade dos anos 90, a banda visitou a própria história em projetos pop que, popularíssimos, funcionaram também nos palcos. No período, canções como Os Cegos do Castelo, Nem Cinco Minutos Guardados e a versão para Aluga-se, de Raul Seixas, entraram no repertório do grupo.

A Melhor Banda De Todos Os Tempos Da Última Semana
A Melhor Banda De Todos Os Tempos Da Última Semana ()

A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana (2001)

Depois de mergulhar no pop e abusar do formato acústico, o Titãs voltou à boa forma de 1995 com um disco sem tantos excessos, bem produzido (por Jack Endino, de novo) e com boas canções como Epitáfio, o último grande sucesso deles, Isso e O Mundo é Bão, Sebastião! Durante a produção, em junho de 2001, o guitarrista Marcelo Fromer foi atropelado por um motociclista e morreu. No ano seguinte, Nando Reis saiu do grupo.

Como Estão Vocês?
Como Estão Vocês? ()

Como Estão Vocês? (2003)

Produzido por Liminha, o disco soa como uma continuação do anterior, pontuado por canções de amor e arranjos pop. Enquanto Houver Sol e Provas de Amor, apesar de sob medida para as rádios, não provocaram tanto impacto.

Sacos Plásticos
Sacos Plásticos ()

Sacos Plásticos (2009)

Apesar de ter vencido o Grammy Latino de melhor disco de rock em 2009, trata-se do álbum menos marcante da banda. A produção de Rick Bonadio, conhecido pelo trabalho em bandas teen como NxZero e Fresno, lima a força das canções. Apenas a balada Porque eu Sei que é Amor, cantada por Paulo Miklos, fez alguma diferença. No início de 2010, Charles Gavin deixou a banda.

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