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Quadro de Tarsila que pertencia a investigado pela Lava Jato vai a leilão

Obra, avaliada em ao menos 47 milhões de reais, está exposta no centro da capital

Por Agência Brasil
Atualizado em 23 Maio 2024, 09h44 - Publicado em 16 dez 2020, 20h01
Quadro 'A Capirinha', Tarsila do Amaral
 (Rovena Rosa/ Agência Brasil/Divulgação)
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Por decisão judicial, o quadro A Caipirinha, da artista brasileira Tarsila do Amaral, que pertencia ao empresário Salim Taufic Schahin, investigado na Operação Lava Jato, vai a leilão na quinta-feira (17). Enquanto isso, a tela pode ser vista pelo público na Bolsa de Arte, no centro da capital paulista.

Quem quiser ficar com a tela terá que desembolsar, no mínimo, uma quantia superior a 47 milhões de reais, em pagamento à vista. O leilão será às 20h e mais informações podem ser obtidas pelo site https://www.bolsadearte.com/. O dinheiro obtido com a compra desse quadro irá para uma conta do Tribunal de Justiça de São Paulo, onde ficará bloqueado até que o mérito de um recurso feito por um familiar do empresário seja apreciado.

A família proprietária do quadro tentou suspender o leilão, que foi anunciado após treze bancos terem aberto uma ação de execução ​contra o dono da obra por não pagamento de dívidas milionárias. O quadro pertenceu a Salim Taufic Schahin, um dos proprietários do Grupo Schahin, investigado na Operação Lava Jato e faliu em 2018. Para receber o pagamento dessas dívidas, os bancos entraram com uma ação na Justiça para sequestro dos bens do empresário. Entre esses bens estavam diversas obras de arte, como o quadro de Tarsila.

No início deste mês, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Moura Ribeiro, negou pedido de tutela provisória que buscava suspender o leilão da obra. Apesar de manter o leilão, o juiz decidiu determinar o bloqueio do dinheiro obtido no certame em conta judicial, até que haja o julgamento de mérito do recurso, impetrado por um dos filhos de Schahin, que alega que a obra tinha sido doada a ele, pelo pai, há alguns anos atrás.

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A obra

O quadro de cores fortes e traços bem geométricos foi pintado por Tarsila em 1923, em uma viagem que fez à França. Nele há a figura de uma mulher desenhada em uma paisagem rural.

Em uma carta que enviou de Paris para a sua família no Brasil, em abril deste mesmo ano, Tarsila escreveu sobre ele. “Na arte, quero ser a caipirinha de São Bernardo, brincando com bonecas de mato, como no último quadro que estou pintando”. Na carta endereçada aos pais, Tarsila ainda desenha um pequeno esboço da tela.
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