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Peça encenada dentro de ônibus em SP aborda invisibilidade social

Até 28 de setembro, espetáculo gratuito retrata cotidiano de exclusão no transporte público

Por Mirela Costa
Atualizado em 21 jul 2025, 19h13 - Publicado em 21 jul 2025, 18h25
Mulher sentada em banco do ônibus
Ma Devi Murti interpreta a passageira Rosa no espetáculo (Leonardo Souzza/Divulgação)
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Em meio à correria do dia a dia paulistano, quem são as pessoas que passam despercebidas pelos olhares da cidade? Essa é a reflexão que o grupo teatral Zózima Trupe traz ao público na peça “A (Ré)tomada da Palavra ou A Mulher que Não se Vê”, em cartaz até 28 de setembro.

Fora dos palcos tradicionais, a obra é encenada dentro de um ônibus, onde os espectadores acompanham um monólogo de Rosa (Ma Devi Murti), uma trabalhadora da limpeza indignada com as injustiças sociais e a invisibilidade cotidiana.

A temporada é gratuita e reúne apresentações na Praça das Artes (de 7 a 9 de agosto) e na Praça Franklin Roosevelt (de 18 de julho a 28 de setembro). As sessões são às sextas e sábados, às 20h, e aos domingos, às 19h. 

Aos olhos de Rosa

Durante uma hora de peça, uma cadeira de rodas vazia permanece no centro do ônibus. Rosa é a única que reconhece quem está sentada ali: uma mulher preta com deficiência física. A protagonista, então, passa a conversar com a personagem e gera diversas discussões sobre gênero, raça, violência, capacitismo, patriarcado e políticas públicas.

Mulher no ônibus
Rosa leva o público a refletir sobre as desigualdades sociais e as invisibilidades urbanas ((Divulgação/Leonardo Souzza)/Divulgação)
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Como parte do cenário, velas presas no teto do veículo remetem aos antigos navios negreiros e constituem um paralelo com os ônibus, retratados como espaços contemporâneos de opressão para a classe trabalhadora e para a população preta. No espetáculo, o veículo se mantém estacionado, o que também representa uma sociedade estagnada, que não progride.

Inspirações em Flávia Diniz e Rosa Parks

Inspirada na trajetória de Flávia Diniz (1983–2024) — mulher preta, com deficiência, ativista, mãe solo e LGBTQIAP+ —, a peça denuncia as múltiplas formas de opressão que atravessam mulheres negras e pessoas com deficiência, ao mesmo tempo em que reivindica espaço e visibilidade.

O coletivo teatral também se inspira na ativista negra norte-americana Rosa Parks, que, em 1955, em Montgomery, Alabama, se recusou a ceder seu assento a um homem branco no transporte público. Seu gesto culminou na decisão da Suprema Corte que proibiu a segregação nesses veículos.

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Praça das Artes (de 7 a 9 de agosto) e na Praça Franklin Roosevelt ( até 28 de setembro). Sextas e sábados, às 20h. Domingos, às 19h. Entrada gratuita. Ingressos das sessões na Praça das Artes disponíveis aqui. Ingressos das sessões na Praça Franklin Roosevelt disponíveis aqui. Classificação indicativa: 12 anos. Mais informações em: @zozimatrupe. 

 

 

 

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