Nos bastidores do novo álbum de Lenine: filhos e colaboradores falam sobre o cantor
Lançado acompanhado de filme, disco é uma exaltação ao Nordeste
Lenine acaba de lançar em São Paulo seu mais novo trabalho, que chega em forma de filme, um média-metragem (cerca de 30 minutos)
e álbum, batizado de Eita ainda antes mesmo de nascer. Feito a muitas mãos e em família, Eita (2025) é o terceiro álbum de Lenine com produção assinada por Bruno Giorgi, 37, músico, produtor, engenheiro de som e seu filho do meio. Desde a infância acompanhando de perto a feitura de álbuns como Olho de Peixe (1993), o gosto pelo estúdio virou ofício. “Na faculdade de música, enquanto as vivências das pessoas eram mais com instrumentos, as minhas eram gravações e passagens de som”, conta.
Na sua carreira, Bruno passou por estúdios de nomes como Tom Capone (1966- 2004) e Kassin, além de bandas como Posada e o Clã. A entrada na discografia de Lenine se deu com Chão (2011), obra influenciada pelas vanguardas da música contemporânea.
A experimentação é um interesse comum a filho e pai e está presente em Eita, mixado em Dolby Atmos, tecnologia de som imersivo. “É sobre tirar o ouvinte da posição de observador e colocá-lo dentro do que acontece na música”, explica.
A pandemia e o nascimento prematuro de Otto, filho de Bruno, atravessaram o processo do disco e realinharam as certezas. “Hoje só lanço algo quando sei que é o que quero dizer para o mundo”, diz. Por isso o ritmo vagaroso de criação e produção de Eita, que se estendeu por quatro anos, com passos certeiros. “Senti que conseguimos traduzir melhor a nossa intimidade. E acho que é o álbum em que você está cantando melhor, pai”, comenta, ao que Lenine responde: “Obrigado, meu produtor (risos)”. Uma parceria especial.
Confira depoimentos sobre o disco
“Eita é uma porrada seca e gentil ao mesmo tempo. Uma biografia, um desnudamento e uma linda homenagem ao Nordeste. O álbum é, na minha opinião, um dos mais bem elaborados da carreira do Lenine. Ouvi-lo é reforçar a frase da Fernanda Torres: a vida presta! Está tudo aí parceiro, como a tradução de muitos discos em um só”
João Cavalcanti, cantor e compositor
“Os álbuns do meu pai são sempre muito mais do que um conjunto de canções. No Eita isso fica claro: embora continue sendo cosmopolita como tudo que ele faz, é muito arraigado na sua nordestinidade. É uma ode ao Nordeste, de um nordestino. É um disco muito forte e potente, de canções memoráveis, que vão dialogar com muita gente”
Laís Branco, diretora do audiovisual de Eita
“Ele quis retratar o álbum no audiovisual para que as pessoas pudessem, como ele diz, ouvir o filme e ver o disco. A ideia é ser uma obra única — os clipes externos seriam a vida real, e as filmagens dentro da caixa preta o inconsciente. Ele tinha toda a parte estética pensada, assim como a vontade de realizar de maneira orgânica”
Kabé Pinheiro, diretor do audiovisual de Eita
“O disco celebra artistas nordestinos, como Hermeto Pascoal, Dominguinhos, Naná Vasconcelos e Letieres Leite. E é repleto de homenagens em cada canção. A ideia do plano-sequência foi trazer na narrativa o que acontecia na cabeça dele, como se ele estivesse compondo na hora. Isso trouxe uma verdade muito grande para o filme”
Publicado em VEJA São Paulo de 5 de dezembro de 2025, edição nº 2973.
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