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Na sala de espera do psicanalista, com Christian Dunker

O professor em psicanálise e psicopatologia da USP fala sobre não mentir para si mesmo nem se fixar em rótulos

Por Helena Galante Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 mar 2021, 13h05 - Publicado em 29 mar 2021, 00h10

Você já teve vontade de sair correndo da sala de espera do psicanalista? Christian Dunker, psicanalista e professor titular em psicanálise e psicopatologia do Instituto de Psicologia da USP, diz que a sensação é muito comum. “Tem a ver com função de oráculo. O paciente sabe que aqui é de verdade, se ficar mentindo, estará mentindo para si”, contou Chris para Helena Galante no episódio #94 do podcast Jornada da Calma. Autor do livro Uma Biografia da Depressão, lançado pelo selo Paidós, da Editora Planeta, ele comenta a multiplicidade de significados por trás da palavra “depressão”. “No fundo, ela não é uma coisa, é uma personalidade múltipla.”

Sua mensagem se estende aos sintomas, que dependem fortemente de como são nomeados. É como num relacionamento amoroso, que a própria definição de “namoro” ou “amizade colorida” influencia a dinâmica a dois. “É muito poderoso quando alguém nomeia: você sofre disso. Tem gente que se aquieta com isso, mas é só uma parte do processo”, afirma. Sem limites de assuntos, Chris fala sobre a relação corpo e mente, sobre o cérebro lembrar mais uma impressão digital única que um órgão qualquer e sobre o poder da escuta interessada pelo outro: “Tanto a loucura quanto as coisas mais incríveis dos outros moram nos detalhes.”

 

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