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Canções de Paulo Vanzolini falam sobre São Paulo

Compositor é um dos principais representantes do samba paulistano

Por VEJINHA.COM
Atualizado em 5 dez 2016, 16h04 - Publicado em 28 abr 2013, 15h13
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  • Um dos principais representantes do samba paulistano, Paulo Vanzolini relata o cotidiano de São Paulo em grande parte de suas composições. Confira as canções que falam da cidade:

    + Artistas lamentam morte do sambista Paulo Vanzolini

    + Autor do clássico “Ronda”, Paulo Vanzolini morre aos 89 anos

    Ronda

    De noite eu rondo a cidade a te procurar sem encontrar

    No meio de olhares espio em todos os bares

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    Você não está

    Volto pra casa abatida

    Desencantada da vida

    O sonho alegria me dá

    Nele você está

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    Ah, se eu tivesse quem bem me quisesse

    Esse alguém me diria

    Desiste, esta busca é inútil

    Eu não desistia

    Porém, com perfeita paciência

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    Volto a te buscar

    Hei de encontrar

    Bebendo com outras mulheres, rolando um dadinho, jogando bilhar

    E neste dia então

    Vai dar na primeira edição

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    Cena de sangue num bar

    Da avenida São João

     

    Samba do Suicídio

    Que eu andei mal não é segredo

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    Duro como um rochedo e jogando sem sorte

    Poeta de morte no esporte e no amor sempre mau sucedido

    Um dia abatido pegando jornal pra me servir de colchão

    Ao estendê-lo no chão, li uma notícia que confirmou a minha opinião

    Estava dura e nana 18 suicídios naquela semana

    Com a notícia assim lida, encontrei a saída do problema e da vida

    Sem perda de um minuto, subi no viaduto e atirei-me no espaço

    Meu D’us mas que fracasso

    Eu estava tão consumido, que um ventinho distraído, que estava a soprar, foi me levando pelo ar

    Pra me largar num fio, no alto de santana

    Voltei a pé para a cidade, o que levou uma semana

    Voltei ao problema, por outro sistema e tomei formicida

    E tive a maior surpresa de minha vida

    Descobrindo assim que o que andavam servindo aqui no botequim

    Não era tatuzinho, chá de briga

    Era tatu mesmo

    O fazedor de orse de formiga

    Me deu um frio na barriga d um calor no duodeno

    Aí fiz a pele do galego, que é pra largar mão de veneno

    Penso então que o que mais me convém é ficar embaixo do trem

    Que assim é certo eu entrar bem, sem pensar mais

    Eu corri para o Brás e joguei a carcaça embaixo de maria fumaça de 28 vagões

    E nestas condições o resultado foi fatal

    Vejam a notícia no jornal

    Pavoroso descarrilhamento na central deu tanto morto e estrupiado, que eu fiquei meio chateado

    Procuro então um padre confessor, que me aconselhou

    Moço não seja tolo e meta um tiro no miolo

    Mas bom senhor pois não deu senhor

    Eu tenho corpo fechado

    Na tenda paz zulu

    Duro em colchete embala

    E a durindana assim resvala em meu peito nu

    Por esse lado eu não dou chance pra urubu

    Nem vou morar lá no caju

     

    Praça Clóvis

    Na praça Clóvis

    Minha carteira foi batida

    Tinha vinte e cinco cruzeiros

    E o teu retrato vinte e cinco

    Eu, francamente, achei barato

    Pra me livrarem do meu atraso de vida

    Eu já devia ter rasgado e não podia

    Esse retrato cujo olhar me maltratava e perseguia

    Um dia veio o lanceiro

    Naquele aperto da praça vinte e cinco

    Francamente foi de graça

    Na praça Clóvis (…)

     

    Longe de Casa

    Longe de casa eu choro e não quero nada

    Pois fora do chão ninguém quer e não pode nada

    Sinto falta de São Paulo

    De escutar na madrugada

    Uns bordões de violões

    E uma flauta a chorar prata

    Dor de amor não me magoa

    A saudade da garoa é que me mata

    E eu saio pra rua

    Assobiando comprido

    Um samba comovido

    Que Silvio Caldas cantasse

    E me iludo que a garoa

    Vem molhar a minha face

    Mas é pranto e choro tanto

    Quem me dera que hoje mesmo

    Eu voltasse pro chão que eu adoro

    Pois longe de casa eu choro e não quero nada.

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