Mostras homenageiam o Grupo Fluxus, criado na Alemanha
Nas exposições do americano Ben Patterson e do pernambucano Paulo Bruscky, não há limites entre vida e arte
Nem todas as interações entre o pernambucano Paulo Bruscky, em cartaz no Centro Cultural Correios, e o americano Ben Patterson, com o trabalho exposto na Galeria Bolsa de Arte, são tranquilas. Durante a abertura da mostra de Patterson em outubro, por exemplo, ele acertou com força um violino na cabeça do colega brasileiro (devidamente equipado com um capacete). O ato aparentemente agressivo constituía uma performance, claro — a ideia era tirar um objeto de seu contexto habitual e colocá-lo em uma situação inusitada, gerando surpresa. A inspiração para esses happenings lúdicos, que ganham sentido só com a presença do público, vem do grupo Fluxus, criado na Alemanha durante os anos 60 e ativo até hoje.
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Representantes do movimento, os dois artistas buscam destruir os limites entre a arte e a vida e, principalmente, questionar os valores impostos por esse mercado. Para sorte dos paulistanos, ambos estão em exibições simultâneas na cidade. Numa das obras mais impactantes de Patterson, ele se apropria de uma frase em inglês do famoso técnico americano de beisebol Yogi Berra — algo na linha “Você pode observar muito simplesmente olhando”. Manifesto semelhante é feito por Bruscky, com outra sentença marcante, escrita numa placa: “A arte é a única esperança”.