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Mostra de Kandinsky é aberta sem filas

Quem foi ao CCBB para ver as pinturas do artista russo na manhã desta quarta (8) encontrou movimento tranquilo

Por Fernando Masini
Atualizado em 1 jun 2017, 16h45 - Publicado em 8 jul 2015, 12h27
Kandinsky no CCBB
Kandinsky no CCBB ( Fernando Masini/)
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O público que foi ao Centro Cultural Banco do Brasil, no centro, para ver a exposição dedicada ao russo Kandinsky, aberta na manhã desta quarta (8), não enfrentou filas. O movimento era tranquilo no local por volta das 9h. O visitante só perdia tempo porque era obrigado a preencher um cadastro para entrar na mostra, não mais do que dois minutos.

Para tentar evitar aglomerações nos próximos dias, a organização da montagem recomenda que os interessados agendem a visita, com horário marcado, pelo aplicativo do Ingresso Rápido. As pessoas têm também a opção, no entanto, de visitar a mostra sem fazer o agendamento.

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Apesar do fluxo pequeno na entrada do prédio, algumas salas no interior concentravam até cinquenta pessoas.

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No 4º andar, onde tem início o circuito, o visitante dá de cara com a pintura São Jorge (1911), em traços abstratos, com a figura do cavaleiro portando sua lança quase irreconhecível. A presença de elementos espirituais torna-se, ao longo da mostra, constante.

Rodolfo de Athayde, diretor geral da montagem, explica que o pintor russo nascido em 1866 foi influenciado pelos rituais xamânicos da região e os usou como tema mesmo em composições menos figurativas. “Ele não foi exatamente um praticante do xamanismo, mas aproveitou a simbologia nas suas obras”, diz.

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O caráter espiritual é uma das características mais marcantes do conjunto de mais de 150 trabalhos, entre pinturas, gravuras e objetos, expostos em quatro andares do centro cultural. O visitante encontra xilogravuras em preto e branco como Bosque de Bétulas (1911) e A Igreja (1911), e outras em cores.

No terceiro andar, destacam-se outros artistas contemporâneos cujos temas e estilo podem ser comparados aos do pintor. Impressionam a beleza de Duas Meninas (1919), de Pavel Filónov, e O Lago dos Espíritos Montanheses (1909), de Grigóry Ivánovich Gúrkin. As cores vibrantes de Kandinsky saltam aos olhos em Improvisação 34 (1913).

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Kandinsky no CCBB
Kandinsky no CCBB ()

Amigos de Kandinsky, como o russo Kazimir Malevich, um dos mentores do suprematismo, ganham espaço no segundo andar. Dele está em cartaz O Triunfo do Céu (1907). Expostos lado a lado, Dois Ovais (1919) e Crepuscular (1917) evidenciam como as cores eram importantes para o pintor. No primeiro quadro, cores primárias representam uma espécie de ritual de pesca. No segundo, os tons escuros dão ar melancólico à composição.

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“Kandinsky foi único em dar expressão gráfica a sentimentos como a raiva e a angústia através da cor de seus quadros”, diz Athayde. Conseguiu em pinceladas abstratas representar o subjetivo de cada pessoa.

Máscaras, colares, botas e outros acessórios de tribos do norte da Rússia, dependurados ao lado dos quadros, funcionam como uma referência cultural da época. Muitos desses itens aparecem pintados em alguns trabalhos. Vídeos ajudam a recompor a trajetória de Kandinsky, desde a infância em Moscou até a formação como advogado e a mudança para a Alemanha, onde lecionou na famosa Bauhaus, escola de design vanguardista.

Detalhes como fotos, livros e cartazes registram no subsolo a relação de amizade de Kandinsky com o compositor austríaco Schoenberg (inclusive há duas raras pinturas feitas pelo músico). E, como não podia faltar, há uma instalação multimídia na qual o visitante usa um óculos 3D e um fone de ouvido para “mergulhar” numa das obras mais conhecidas do russo, No Branco (1920), que finaliza o percurso.

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