Avenida Paulista recebe obras feitas com inteligência artificial
'FILE 2025', festival no Centro Cultural Fiesp, tem trabalhos tecnológicos de pessoas de trinta países

O FILE – Festival Internacional de Linguagem Eletrônica abriu na semana passada no Centro Cultural Fiesp, na Avenida Paulista. Neste ano, o evento criado em 2004 e dedicado à intersecção de arte e tecnologia apresenta a exposição SYNTHETIKA: A Era da Criatividade Artificial.
O tema mergulha no atual estágio de desenvolvimento da Inteligência Artificial, abordando um fenômeno conhecido como “alucinação” — quando sistemas de IA produzem respostas inesperadas ou incorretas.
Os 93 artistas e pesquisadores, de trinta países, sendo dezesseis brasileiros, apresentam trabalhos que transformam essas alucinações em instâncias de criação artificial, entre instalações, videoarte, led shows e games.
A mostra convida o público a explorar essa zona entre erro e invenção, propondo que estamos entrando em uma nova era cultural, marcada por uma criatividade sintética.
Quais obras estão em cartaz
Um dos destaques é a experiência de realidade aumentada Deep Field, desenvolvida originalmente para o Museum of Modern Art (MoMA), em Nova York, e direcionada ao público infantil.
Criada pelo duo Tin&Ed, dos EUA, ela convida os visitantes a dar vida a plantas imaginárias. A partir de um desenho, novas espécies brotam instantaneamente em estruturas 3D, formando um ecossistema colaborativo em constante evolução.

Em Aquarela de Íons, os brasileiros Arthur Boeira e Gustavo Milward convertem dados solares em paisagens sensoriais. Em ReCollection, de Weidi Zhang e Rodger Luo (China/Estados Unidos), o visitante pode conectar a sua memória natural a uma memória sintética, contando à IA uma lembrança pessoal em qualquer língua para ver surgir a imagem da sua memória em tempo real.
Com curadoria de Ricardo Barreto, Paula Perissinotto e Clarissa Vidotto, a exposição é gratuita e fica em cartaz até o dia 7 de setembro, com funcionamento de terça a domingo, das 10h às 20h.