Por dois sábados seguidos, o fotógrafo Chico Tchello arrastou dezenas de baladeiros com uma caixa de som acoplada ao corpo para uma festa dentro do túnel sob a Praça Roosevelt, que dá acesso ao Minhocão. Agora, ele quer oficializar o Buraco da Minhoca, como ficou conhecida a balada que surgiu sem divulgação para ocupar outros espaços com música e apresentações artísticas.
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“Era uma turma que estava passando e curiosos que queriam ouvir música e dançar um pouco”, conta o DJ ambulante sobre a origem do projeto. “A iluminação é boa e fazer a noitada ali dentro não atrapalha a vizinhança com o barulho”, diz, sobre o ambiente com luzes led e que fica fechado nas madrugadas de sábado para domingo.
A primeira festa, no último dia 25, começou após a prefeitura prefeitura cancelar o SP na Rua, festival com vinte coletivos musicais e artísticos que fariam performances de graça durante a madrugada inteira no centro de São Paulo, em comemoração ao aniversário da cidade. “O pessoal estava órfão da balada e então, ficamos ouvindo música na Rua Nestor Pestana. A Guarda Municipal pediu para sairmos e migramos para dentro do túnel”, conta. No sábado seguinte, a turma voltou a ocupar o espaço.
O retorno dos desconhecidos que dançaram até o amanhecer ali, animou Tchello. “As pessoas vinham me agradecer. Até os mendigos disseram que sentiam falta desse movimento”, diz. A ideia foi apoiada por amigos próximos que o estão ajudando na empreitada. Sinal de que o poder público também vê com boa vontade a iniciativa, o Buraco da Minhoca será agora uma das atrações oficiais do SP na Rua, remarcado para este sábado (8). Tchello e sua caixa de som estarão às 2 horas da manhã na Praça do Patriarca.
![buraco do minhocao](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/12/buraco-do-minhocao.jpeg?quality=70&strip=info&w=650)
Do equipamento, comprado na Rua Santa Ifigênia, saem clássicos da MPB, gênero que ele diz sentir falta nas pistas em São Paulo. Alguns “convidados” levam seus instrumentos e até CDs para ele tocar. “Acho que a cidade precisa mais disso. Por que ficar dentro de um espaço fechado?”, questiona.