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Instituições e festival multidisciplinar são opções culturais no interior

São José do Barreiro, Ribeirão Preto e outras cidades do Estado de São Paulo recebem opções de arte

Por Tatiane de Assis Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 29 jul 2019, 16h31 - Publicado em 12 jul 2019, 06h00

A efervescência artística na capital paulista muitas vezes nubla as atrações ofertadas por municípios do interior, as quais são promovidas usualmente por instituições que tornam públicos acervos de arte privados. No Estado de São Paulo, esse circuito tem quatro grandes atores: o Festival Arte Serrinha, a Fábrica de Artes Marcos Amaro (Fama) e os institutos Figueiredo Ferraz (IFF) e José Resende (IJR). O primeiro nome da lista é um ponto fora da curva, já que tem o caráter de evento e sua coleção, com vinte obras permanentes, como a incendiária Eu Te Como (2013), de José Roberto Aguilar, foi construída ao longo de seus dezoito anos de existência. Idealizado pelo artista multidisciplinar Fabio Delduque, o festival tem como palco principal uma fazenda com 113 hectares em Bragança Paulista. Em 2019, sua programação, que se inicia neste sábado (13), traz uma oficina com o fotógrafo João Farkas e um show com Ana Cañas e Paulinho Moska, entre outras atrações. “Estive em muitos festivais de inverno em Minas Gerais e me ocorreu que São Paulo não tinha nada parecido”, explica Delduque.

Zíper Concha: peça na área externa da Fama (STEFÂNIA SANGI/Divulgação)

O artista Marcos Amaro também teve uma inspiração extra-paulista na criação do espaço, instalado em Itu, que leva seu nome. Contudo, seu alvo foi o Dia:Beacon, complexo de arte contemporânea que ocupa uma antiga indústria em Nova York. “Como lá, eu me apaixonei aqui pela arquitetura fabril”, conta Amaro, que criou salas expositivas em galpões da antiga Fábrica São Pedro. Em uma delas, chamada Almeida Júnior, em homenagem ao pintor da tela Caipira Picando Fumo (1893), uma exposição de longa duração exibe obras de Nelson Leirner e Tunga (1952-2016). A área externa entra na dança com vinte esculturas, como Zíper Concha (2018), de Gilberto Salvador.

Galpão com obras do escultor José Resende (Cesar Fernandes/Divulgação)

Na porção leste do estado, no município de São José do Barreiro, está o caçula do roteiro, o Instituto José Resende. Inaugurado em maio, exibe cerca de cinquenta obras do paulistano, tido como um dos maiores escultores brasileiros vivos. Entre os ambientes vistos por lá, há um galpão e um jardim de esculturas, com peças exibidas na Pinacoteca em 2015, como Cóvo (2011), que parece um batedor de claras gigante. “Temos tido uma grande adesão da região, pessoas de municípios vizinhos têm vindo aqui”, diz Resende. Esse mesmo ânimo é o que move João Carlos Figueiredo Ferraz, ex-presidente da Fundação Bienal, em seu instituto em Ribeirão Preto.

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Trabalho de Nuno Ramos: em São José do Barreiro e em Ribeirão Preto (MAURICIO FREGONESI FROLDI/Divulgação)

A construção exibe atualmente 114 trabalhos de seu acervo, que conta com 1 000 itens, inclusive a pintura com espelho, vidro, tecidos e folhas (1991) de Nuno Ramos. “Muitas crianças que vêm aqui nunca viram uma obra de arte. É preciso mais equipamentos culturais no interior para suprir essa demanda”, afirma Figueiredo Ferraz, em sintonia com o pesquisador Nei Vargas Rosas, que estuda a institucionalização de coleções privadas. Ele é certeiro quanto à importância desses empreendimentos: “A longo prazo, eles geram novos negócios na cidade e contribuem para a formação de público”.

> Fábrica de Artes Marcos Amaro. Rua Padre Bartolomeu Tadei, 9, Vila São Francisco, Itu.

> Instituto Figueiredo Ferraz. Rua Maestro Ignácio Stábile, 200, Alto da Boa Vista, Ribeirão Preto.

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> Instituto José Resende. Rodovia dos Tropeiros, km 260, 171, São José do Barreiro.

> Festival Arte Serrinha. Entrada no km 71,5 da Rodovia Padre Aldo Bolini, Bragança Paulista.

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 17 de julho de 2019, edição nº 2643.

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