Confira os próximos filmes que modernizam livros clássicos
Além de <em>Anna Karenina</em> e <em>Os Miseráveis</em>, que estão em cartaz na cidade, produções como <em>O Grande Gatsby</em> vão fazer você repensar obras-primas da literatura
No Oscar 2013, o taiwanês Ang Lee ganhou a estatueta de melhor diretor por As Aventuras de Pi. A atriz Jennifer Lawrence foi lembrada por um dos papeis principais de O Lado Bom da Vida, enquanto Anne Hathaway fez um discurso emocionado para comemorar a vitória na categoria de melhor coadjuvante, por Os Miseráveis. O que esses três filmes têm em comum? São adaptações literárias.
O ano está repleto de produções que transformam obras elogiadas em roteiros de cinema. Algumas seguem à risca os textos originais. Outras se permitem tomar liberdades – às vezes, alterando por completo o tom em que os autores imaginaram as tramas.
Um exemplo dessas versões “moderninhas” é Anna Karenina, que estreia nesta sexta (15). O longa dirigido por Joe Wright, de Orgulho e Preconceito e Desejo e Reparação, cria uma atmosfera de sonho para recontar o clássico de Tolstói, publicado pela primeira vez em 1877.
Também inventiva é a encenação de Os Miseráveis, ainda em cartaz na cidade: a saga de Victor Hugo, cuja primeira edição é de 1862, ganhou tradução musical no teatro e só então chegou às telas. Para garantir realismo às cenas, o diretor Tom Hooper optou por gravar ao vivo as cenas de cantoria.
Abaixo, veja mais cinco adaptações surpreendentes de clássicos que ainda não chegaram aos cinemas do Brasil:
► O GRANDE GATSBY
Pouco se sabe sobre a nova versão do romance escrito por F. Scott Fitzgerald, de 1925, mas o diretor Baz Luhrmann (que transformou Romeu e Julieta em uma fábula contemporânea cheia de tiros e ação) promete uma tradução atípica para a trama, com Leonardo DiCaprio, Carey Mulligan e Tobey Maguire à frente do elenco. Quem viu Moulin Rouge, sabe que o cineasta adora brincar com referências de cultura pop – e não tem compromisso algum com o passado. No trailer do filme ouve-se músicas do rapper Jay-Z e da banda de rock U2. O longa abrirá o Festival de Cannes deste ano, que ocorre de 15 a 26 de maio. Estreia no Brasil em 7 de junho.
► MUITO BARULHO POR NADA
Joss Whedon, diretor do sucesso Os Vingadores (2012) e da série Buffy, a Caça-Vampiros, dá a sua versão para a peça de William Shakespeare, já adaptada para o cinema em 1993. Os diálogos da comédia romântica de erros foram mantidos, mas o restante é novidade: o cineasta transfere a trama para cenários contemporâneos e a filma em preto-e-branco, com as câmeras tremidas de produções independentes. O longa foi exibido em 2012 no Festival de Toronto com elogios da crítica. Ainda não tem previsão de estreia no Brasil.
► PELOS OLHOS DE MAISE
O romance escrito por Henry James em 1897 é encenado na Nova York dos dias atuais nesta produção dos diretores Scott McGehee e David Siegel, com Julianne Moore e Alexander Skarsgard no elenco. Na narrativa, o divórcio de um casal é observado por uma criança. O longa foi exibido no Festival de Toronto e teve suas primeiras fotos de bastidores divulgadas na internet. Ainda não há precisão de estreia no Brasil.
► FROZEN, O REINO DO GELO
A animação da Disney, que estreia no Brasil em 27 de novembro, traduz de forma bem solta o conto de fadas do dinamarquês Hans Christian Andersen, de 1844. Na trama, uma menina faz uma jornada perigosa para tentar encontrar a Rainha do Gelo. A intenção é pedir para que ela encerre o longo inverno que castiga o reino em que a heroína vive. O desenho tem direção de Chris Buck, diretor de Tá Dando Onda, e Jennifer Lee, roteirista de Detona Ralph.
► EU, FRANKENSTEIN
Roteirista de longas como 30 Dias de Noite (2007) e Austrália (2008), Stuart Beattie assina mais uma versão do personagem criado pela escritora inglesa Mary Shelley. Inspirada em uma história em quadrinhos de Kevin Grevioux (da série Underworld), a fita mostra que Adam, o monstro criado por Dr. Frankenstein, sobreviveu por séculos devido a uma anomalia genética. Nos dias de hoje, ele se envolve em uma briga secreta de clãs imortais. Estreia em 6 de setembro no Brasil.
► ESTUDANTE
O drama produzido no Cazaquistão e dirigido por Darezhan Omirbaev transforma o romance Crime e Castigo, do russo Fiodor Distoiévski, em uma reflexão sobre temas contemporâneos como as transformações do capitalismo e a solidão nas grandes cidades. O cerne da trama é mantido – o personagem principal é um jovem que precisa lidar com as consequências psíquicas de um crime cometido por ele -, mas a trama não jura fidelidade ao texto original e segue por caminhos inusitados. Exibido na Mostra de São Paulo de 2012, ainda não tem previsão de estreia.