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Puxar papo sobre a quarentena é uma das dicas para o flerte on-line

Com o distanciamento social, a 'carentena' aumenta e a turma busca alternativas para encontrar um par

Por Juliene Moretti Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 26 jun 2020, 12h26 - Publicado em 26 jun 2020, 07h00
 (treety/getty images/Veja SP)
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Terceiro mês de isolamento social e a “carentena” começa a bater mais forte, certo? Você não está sozinho nessa e prova disso é o aumento de fluxo registrado nos aplicativos de paquera. Um crescimento no tempo gasto na troca de mensagens também foi percebido pelas plataformas. Mas antes de embarcar no flerte on-line, que pode, sim, ser uma boa ideia, confira dicas de usuários frequentes e da psicanalista Manuela Xavier para aproveitar melhor e ter uma relação mais saudável com os webnamoros

A PREPARAÇÃO
Antes de se render aos aplicativos, a psicanalista Manuela Xavier faz um alerta: está todo mundo pirando, não apenas você. Estamos cheios de dúvidas e questionando sobre como temos levado a vida, e é normal nos sentirmos mais melancólicos. Com isso, a gente precisa decifrar como lidar com essa situação. “Sem estar saudável emocionalmente, não tem como apostar em um relacionamento”, diz. “É um ótimo momento para criarmos uma consciência política, por exemplo, e entender o nosso papel no mundo.” Assim, temos a possibilidade de compreender que tipo de encontro estamos buscando. Ou, até mesmo, se é um namoro que queremos.

O QUE EU ESCREVO?
Não tenha vergonha de estar no aplicativo, todo mundo ali está no mesmo barco, em busca da paquera. Use os recursos disponíveis nas plataformas. Conte um pouco sobre você e evite colocar impeditivos na descrição, como “se for baladeiro, nem tente”. Ninguém quer parecer mal-humorado (mesmo que seja). Entre as fotos, além daquelas com pets, viagens e de corpo inteiro, inclua algumas mais divertidas com a sua rotina de confinamento: cabelo sem cortar, cama desarrumada, home office de moletom. Autenticidade conta pontos e ajuda a puxar conversa.

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(freepik.com/Veja SP)

AGORA VAI?
Seja honesto com você: está a fim de um relacionamento ou apenas quer suprir uma necessidade? “Se for só carência, não tem ‘outro’ que vai ajudar. Procure distintos tipos de match, com livros, amigos, família, mude a decoração da casa”, diz Manuela. Uma vez na relação, equilibre as expectativas, tanto com você quanto com o outro. Pode encontrar o par ideal? Pode, mas não é garantia, então, não aposte todas as suas fichas nisso.

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APP A SEU DISPOR
Assim como o aplicativo do banco, de streaming ou de delivery de comida, os de relacionamento também existem para oferecer um serviço. “Você não passa o dia inteiro pedindo comida, logo, não precisa dele constantemente”, diz Manuela. Eles são uma ótima ferramenta para conhecer pessoas on-line ao ajudar a criar filtros, como fazemos na vida real. “Uma balada com um estilo de música ou um bar em um bairro específico vão atrair um tipo de pessoa, e esses são filtros que criamos”, explica. Encare assim e não se torne dependente deles.

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(freepik.com/Veja SP)

VIDA QUE SEGUE
A gente sabe como funciona a dinâmica dos aplicativos, e é uma sequência de rejeição. Porém, antes de ficar triste por ter sido dispensado, lembre-se de que não é pessoal, pode acreditar. “Faz parte do jogo: ninguém tem como conhecer alguém pelo avatar ou com cinco minutos de conversa”, diz Manuela. Aceite que é a lógica do espaço e que ela é efêmera. “Se não der match, você tem outras formas de preencher sua vida, com livros, cursos, filmes, amigos, família.”

ARRISQUE-SE
Que tal se jogar em uma experiência curiosa? O Love Is in The Cloud funciona como um speed dating virtual. Em videochamadas, os participantes passam por encontros de cinco minutos de duração, por uma hora e meia, e no final indicam para a organização os que mais despertaram interesse. Depois das conversas, todos participam de uma festa on-line. Criado pela designer de experiência Isabella Nardini, a proposta é montar um ambiente mais seguro e confortável para os solteiros. Por isso, por agora, só é possível entrar na brincadeira se for convidado por um amigo. “Dessa forma, as pessoas se sentem à vontade”, diz. O modelo ainda passa por adequações, mas, por enquanto, quando duas pessoas dizem “sim”, uma delas recebe o contato da outra. É uma espécie de supermatch. Quem topa?

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(freepik.com/Veja SP)

ALGUÉM MAIS PRÓXIMO
Seus amigos podem ser outra ferramenta que contribui para encontrar um par. Eles se importam e podem apresentar pessoas mais compatíveis com seus gostos. Lembre-os da sua solteirice. Se no momento não tem como marcar aquele jantar, que tal um encontro por videochamada? Peça para incluir outras pessoas no grupo ou organizem festinhas on-line.

CURSO DE QUÊ?
Aproveite as aulas on-line para fazer conexões, mas sem forçar a barra ou criar expectativa sobre elas. O objetivo é aprender coisas novas com pessoas diferentes, até mesmo de outros países. Encare dessa forma. Que tal saber mais sobre vinhos, literatura, filosofia? Nos encontros de videochamadas, pode aparecer um pretendente (e já com assuntos em comum!).

COMO VAI VOCÊ?
Está sem assunto? A pandemia e a quarentena são dois tópicos que rendem um início de conversa. No Happn, por exemplo, entre os temas mais comentados pelos usuários no país estão os hábitos do isolamento, que aparecem em 36% das trocas de mensagens, seguidos por dicas de filmes e séries (32%) e a crise causada pela pandemia (23%), de acordo com um levantamento feito pela plataforma. Aqui, vale o recado que empatia é essencial, inclusive na paquera. Saber como o outro está lidando com a situação é sinal de cuidado. Faça isso com honestidade, leia ou escute com atenção e compartilhe suas experiências.

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NÃO ERA AMOR, ERA CILADA
A psicanalista Manuela Xavier aponta uma preocupação para o futuro dos webnamoros, quando a gente começa a se envolver mais com o outro ainda em quarentena. “Com cada um na sua casa, é fácil dividir tudo: de como foi o seu dia a o que comeu no almoço”, diz Manuela. Quando o isolamento for flexibilizado, esse romance dura? Cuidado com as expectativas. ■

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