CASACOR destaca projetos de jardins, de paisagistas veteranos e estreantes
Conheça as inspirações para os projetos de profissionais como Roberto Riscala, Catê Poli e João Jadão

O novo endereço da CASACOR, no Parque da Água Branca, permitiu explorar mais as tendências de paisagismo. Dos 72 projetos da mostra, oito são jardins ao ar livre, em conexão com a vegetação do local.
Os escritórios e profissionais convidados são: Elkis Paisagismo, Roberto Riscala, Mônica Costa, Catê Poli e João Jadão, Luciano Zanardo, Simone Campos, Paula Varga e Denis Bessa.
A partir do tema Semear Sonhos, os paisagistas criaram espaços que exaltam a natureza. “O jardim imagina como será o futuro de nossas cidades, ao mesmo tempo que respeita e se lembra do passado”, comenta o veterano Roberto Riscala, cujo projeto ocupa 127 metros quadrados na entrada do primeiro prédio no percurso da visitação.


Uma vez que se trata de um patrimônio histórico, havia limitações no espaço, como não intervir na fachada e no piso. No entanto, o profissional aproveitou para destacar a construção. “Fiz questão de deixar visível parte das paredes originais, para que o patrimônio esteja presente”, acrescenta.
A estreante Paula Varga inspirou-se no edifício histórico e em uma árvore existente no local. “O que mais me encantou foi o pau-brasil, bem no centro, e a fachada, com estilo normando. Resolvi valorizar esses elementos”, ela explica sobre o projeto de 47 metros quadrados. A composição de plantas, com palmeira fênix, filodendros e samambaias, é complementada por espelhos em arco, mesmo formato das janelas do edifício.
“As árvores nos jardins também são tombadas pelos órgãos de patrimônio, então houve esse cuidado”, conta. Para ressaltar a vegetação e criar um “ambiente de contemplação”, colocou ninhos de cerâmica para atrair pássaros, da ceramista Patricia Degan.


O projeto dos veteranos Catê Poli e João Jadão também privilegiou o entorno. “Escolhemos plantas na mesma linguagem do parque, para dar a sensação de emendar a paisagem”, comenta Catê. Entre as espécies empregadas estão cambucá, jabuticaba, sabará, filodendro ondulado, palmeira fênix, ciclanto e dracena arbórea.
O espaço de 160 metros quadrados virou uma espécie de pátio arborizado entre os dois prédios da mostra. “A ideia era fazer um jardim de respiro, para uso do público. Toda vez que eu fui lá, tinha alguém sentado nas chaises”, alegra-se a paisagista.

Outra estreante, Simone Campos trouxe, ao ambiente de 165 metros quadrados, no caminho de entrada do percurso, as memórias de infância de passeios no parque. “Eu morava bem perto, dava para ver da janela de casa”, afirma. Sua proposta foi agregar, com mais possibilidades para o público usufruir de sua área de lazer.
Lá, há mobiliário ergonômico de descanso, bebedouros para humanos e animais e espécies frutíferas. “É um convite à reflexão do que podemos fazer para ter uma cidade onde a natureza se integra ao dia a dia e traz momentos de pausa ao cidadão”, explica Simone. As árvores existentes também foram preservadas.


As ações nos jardins limitam-se à vegetação rasteira, seguindo o plano de orientação do parque estadual. Plantas exóticas foram instaladas em vasos e serão retiradas após o evento, para o replantio das originais, que estão preservadas em um viveiro. As espécies nativas introduzidas pelos paisagistas poderão permanecer como doações.
A CASACOR segue em cartaz até o dia 3 de agosto.
CASACOR 2025. Parque da Água Branca. Rua Dona Ana Pimentel, 37. ♿ Ter. a dom., 11h/20h. R$ 121,00 e R$ 200,00 (visita guiada). Grátis ter. e qua., a partir das 18h. appcasacor.com.br.
Publicado em VEJA São Paulo de 27 de junho de 2025, edição nº 2950