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Brincadeiras educativas para manter as crianças ativas em casa

Especialistas oferecem algumas atividades simples e divertidas para aumentar o repertório caseiro

Por Juliene Moretti Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 Maio 2024, 20h51 - Publicado em 29 jan 2021, 02h43
Família com uma caixa de papelão brincando de navio pirata e na outra metade da montagem uma criança por traz de um papelão tentando adivinhar qual brinquedo está em suas mãos
 (Nelma Soares/Tempojunto/Divulgação)
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Meninas e meninos continuam com restrições, as atividades on-line não são mais novidade e o esto – que de brincadeiras em casa está se esgotando. Assim chegamos a 2021. “Elas se adaptaram e agora, para entretê-las, é preciso voltar às histórias, contá-las para prender a atenção e criar junto”, diz o ator e produtor Daniel Warren, autor de O Livro de Fazer Ideias. Ele oferece oficinas virtuais para as escolas e alunos fazerem arte. Só neste período, já recebeu mais de 4 000 estudantes nos encontros.

“Precisamos avançar para o nível expert de atividades, porque o momento não é tão provisório quanto pensávamos”, diz Patrícia Marinho, criadora do projeto Tempojunto, com um site com mais de 1 600 posts e 3 000 brincadeiras e atividades educativas. “É importante reconhecer que o dia a dia fora da escola tem conteúdo e pode desenvolver o aprendizado também.” A seguir, dez ideias para testar em família.

Desafios do Pirata

Para fazer a brincadeira durar mais tempo e dar autonomia a Gael, 6 anos, e Benício, 3, o publicitário Thiago Marcoantonio e a relações-públicas Nelma Soares convocaram, no ano passado, um pirata. O personagem criado por eles é capaz de viajar e explorar todos os lugares do mundo e até voltar no tempo. “Ele tem como objetivo final montar um barco completo. Para isso, os dois precisam cumprir missões que o comandante pede por meio de mensagens”, conta Nelma. Cada atividade vale uma quantidade de pepitas (miçanguinhas mesmo), que eles vão coletando e depois trocam por partes da embarcação. “Andar de patins vale uma pepita, já arrumar a cama são quatro.” Para criar, o casal observa o que tem atraído a curiosidade dos filhos.

“Percebemos o interesse pelos dinossauros. Buscamos na internet ideias com o tema, e o pirata apareceu com desafios usando esses elementos para os meninos explorarem.” Uma das missões certeiras de divertimento são os circuitos montados pela casa, com obstáculos como cadeiras e almofadas. Plantar mudinhas e sementes em garrafas PET também é hit. Estão cultivando um pé de tomate-cereja no batente da janela, cuidam de uma jabuticabeira que colocaram em pé em frente de casa e Gael está todo cuidadoso com um cacto. “Conversamos sobre polinização e cadeia alimentar, por exemplo. Quando eles fazem as associações com o cotidiano, com contexto, fluem a criatividade e o aprendizado”, diz Marcoantonio. O pirata deve se despedir dos irmãos em breve, com missões que devem durar três dias e terminar no fim de semana, quando terão o navio completo e o baú com tesouros, feito de sucata, recheado de guloseimas. “O mais velho entra agora em fase de alfabetização na escola e ainda vamos passar por adaptações.”

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Família montando um barco pirata com uma caixa de papelão
Barco pirata: desafio feito em etapas (Nelma Soares/Divulgação)

Matemática na teia

Do banco de atividades do Tempojunto, esta é para ajudar na matemática. No corredor da casa, use uma fita crepe para grudar pedaços de barbantes formando uma teia. Depois, pendure cartas com prendedores de roupa. A criança precisa passar pela teia e buscar aquelas cartas que, somadas, resultem no número 10. Vale experimentar a brincadeira para outras operações básicas e até mesmo para formar palavras, trocando o baralho por letrinhas. É indicada para crianças de 6 a 10 anos, dependendo do grau de complexidade.

Barbantes espalhados por um corredor com vários papelzinhos presos neles com pregadores
Diversão e números: brincadeira usa operações básicas (Tempojunto/Divulgação)

Circuito dos sapatos

Separe os pares dos calçados e posicione-os de formas diferentes: virados para parede, para frente, de um lado e do outro, aleatoriamente. A criança vai pular ao lado da fila na mesma posição em que estão os sapatinhos. Vale incluir esta brincadeira em um dos desafios dos circuitos de casa (aqueles em que os pequenos precisam passar por obstáculos). Esta é recomendada para a turma entre 2 e 5 anos.

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Um corredor com uma criança em frente a uma fila de sapatos
Com os pés: brincadeira usa os calçados (Tempojunto/Divulgação)

Pistas no celular

Neste caça ao tesouro ao ar livre, tire uma sequência de fotos de pontos do espaço a ser explorados, como o quintal, o playground, uma área do parque. Quando a criança encontrar o espaço da imagem, mostre o segundo clique e siga assim até chegar ao prêmio. Para ficar mais interessante, as pistas podem ter missões para ser cumpridas, como encontrar uma flor amarela ou um graveto, pular em um pé só, entre outras. Patrícia, da plataforma Tempojunto, recomenda que sejam três a quatro etapas para a criança não perder o foco. Outra dica é referente às imagens: para os maiores, valem fotos de detalhes. já para os pequenos, elas devem ser mais amplas e de ambientes que eles reconheçam. A brincadeira costuma ser indicada para idades entre 4 e 8 anos.

Foto de um celular mostrando outra foto, de um ambiente externo de uma casa
Caça ao ar livre: celular guia caça ao tesouro (Tempojunto/Divulgação)

Recortando listas

Que tal pedir para os pequenos montarem a lista do mercado? Com jornais e revistas, peça para as crianças recortarem os itens que deverão ser comprados. Para os menores, servem as imagens dos produtos. Para os que estão em processo de alfabetização, a ideia é que formem as palavras com as letras recortadas. Pode distrair a turma entre 4 e 9 anos.

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Quatro imagens de uma criança recortando uma revista
Mercadinho: crianças podem se divertir recortando itens a serem comprados (Tempojunto/Divulgação)

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Brincadeiras elaboradas

Em seu perfil do Instagram ou nos encontros on-line com as escolas, Daniel Warren sugere atividades para a criança fazer sozinha ou para a família curtir junto. É o caso do minipingue-pongue, indicado para a turminha acima de 8 anos, que terá de contar com a ajuda dos pais. A brincadeira vai precisar de EVA, papelão grande, fita adesiva, lápis de cor, tesoura e cola quente. No papelão, faça uma circunferência de 10 centímetros de diâmetro (use o rolo de fita para ajudar) e desenhe a haste com 7 centímetros de comprimento e 3 de largura. Com o desenho completo, recorte as duas raquetes iguais. Tire as medidas da parte redonda, recorte o EVA e cole na raquete.

Para fazer a “mesa”, recorte uma tira de 80 centímetros de comprimento por 10 de altura e faça duas fendas nos cantos. Recorte outros dois pedaços com 15 centímetros de comprimento e 4 de altura e faça uma fenda no meio de cada um deles, para encaixar na tira maior, montando uma rede que fica em pé, em cima de uma mesa ou no chão mesmo. Depois, é só pegar a bolinha e praticar.

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Duas raquetes e uma mesa de pingue-pongue pequena feitas de materiais de papelaria.
Minipingue-pongue: criando uma mesinha caseira (Daniel Warren/Divulgação)

Disputa do copo

Sucesso da temporada, esta brincadeira já contabiliza mais de 721 000 visualizações no perfil da Tempojunto no Instagram. A atividade precisa de bexigas e um copo de plástico descartável, além de dois participantes de casa. Eles devem encher o balão e soltar o ar de dentro em direção ao copo posicionado no centro da mesa, com o objetivo de derrubá-lo. A gincana é recomendada para a turma com um pouco mais de fôlego, entre 7 e 12 anos.

O ator Daniel Warren com canetas na mão e um macacão artístico
Daniel Warren: ator oferece oficinas virtuais para as escolas e alunos fazerem arte (Daniel Warren/Divulgação)

Que objeto é esse?

Em um recipiente, separe objetos diferentes. eles vão depender da faixa etária das crianças, que pode variar de 3 a 10 anos. para os mais novos, podem ser escolhidos objetos com texturas variadas e frutas como banana e maçã. os maiores podem ter desafios mais difíceis com peças que não são da rotina deles ou são apenas detalhes, como uma caixa de óculos, um batom fechado, entre outras. na imagem, o objetivo era descobrir os animais da caixa, o que é outra opção.

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Uma criança por traz de um papelão tentando adivinhar qual brinquedo está em suas mãos. Além disso, uma caixa de brinquedos na mesa em sua frente
Adivinhando: pequenos tentam descobrir o que está em suas mãos (Tempojunto/Divulgação)

Pingue-pongue no ar

Amarre um barbante na bolinha de pingue-pongue e prenda no teto da casa (seja do quarto, seja da sala, ou no quintal). Deixe na altura em que a criança consiga alcançar com a raquete. É só começar a bater na bolinha para iniciar a partida. Deve divertir a turma entre 6 e 9 anos.

Pirâmide dos números

Faça cartões com as operações matemáticas e distribua no formato de uma pirâmide na mesa. Recorte tiras de 4 centímetros de altura por 10 centímetros de comprimento com os resultados das contas para fazer cilindros, presos com fita adesiva. A criança terá de resolver as somas e montar a pirâmide de verdade, seguindo a sequência que está na mesa. na plataforma do tempojunto, a brincadeira é indicada para a garotada de 6 a 9 anos.

Pirâmide feita com tiras de papel com números escritos. Na mesa, as operações correspondentes a cada linha da pirâmide.
Operações: o desafio de montar a pirâmide matemática (Tempojunto/Divulgação)

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Publicado em VEJA São Paulo de 03 de fevereiro de 2021, edição nº 2723

 

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