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Batalhas na pista: São Paulo recebe maior campeonato mundial de breaking

A etapa brasileira do Red Bull BC One 2023 acontece nos dias 20, 21 e 22, em São Paulo, a um ano da estreia da modalidade nos Jogos Olímpicos de Paris

Por Tomás Novaes
14 jul 2023, 06h00
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Registro da edição de 2022: maior campeonato de breaking do mundo. (Little Shao/Red Bull Content Pool/Divulgação)
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A etapa brasileira do Red Bull BC One 2023, o maior campeonato de breaking do mundo, acontece mais uma vez em São Paulo, nos dias 20, 21 e 22, no Memorial da América Latina.

Mais de 400 competidores nacionais e internacionais, entre homens e mulheres, estarão presentes para disputar as vagas brasileira e latino-americana na final mundial, que acontece em outubro, em Paris.

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O B-Boy Neguin, na edição de 2022: duelos acrobáticos. (Little Shao/Red Bull Content Pool/Divulgação)

Em batalhas um contra um, os dançarinos — chamados de B-Boys ou B-Girls — apresentam coreografias com passos e acrobacias ao som de hi phop e são julgados a partir de critérios como originalidade, dificuldade e musicalidade.

O evento também terá um minifestival gratuito de cultura hip-hop, com workshops, oficinas e desafios de dança. “O termo correto e original é breaking, breakdance é um nome midiático, criado nos anos 80”, explica Uiu Mcee, um dos apresentadores do evento, ao lado de Aline Constantino — ambos paulistanos, entraram em contato com a dança em Diadema.

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“O breaking social formou a gente. Meu primeiro contato foi em 2005, em uma ONG, e depois na Casa do Hip Hop da cidade”, conta a apresentadora, que comanda o evento pela quarta vez neste ano.

Criada em 2004, a competição só passou a ter uma divisão feminina em 2018. “A diferença no número de B-Boys e B-Girls sempre foi muito discrepante, é um retrato social. As mulheres sempre foram menos incentivadas e tiveram menos estrutura e apoio”, afirma Aline.

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B-Boy Leony e B-Girl Maia: os últimos campeões da etapa brasileira do Red Bull BC One. (Little Shao/Red Bull Content Pool/Divulgação)

Os últimos campeões brasileiros são a brasiliense Maia e o paraense Leony, que já coleciona quatro troféus nacionais do torneio. “Eu sempre fui muito paraense raiz. Enquanto a galera ia para os eventos escutando um rap, eu escutava tecnobrega”, conta o dançarino, que ganhou destaque internacional com sua mistura de influências regionais do carimbó e da capoeira.

Atualmente, é o brasileiro mais bem ranqueado no mundo, a um ano da estreia da modalidade nos Jogos Olímpicos de Paris. “A minha expectativa é levar o Brasil para as Olimpíadas, fazer parte do top 16 do mundo que estará lá. O meu foco neste ano é o ciclo olímpico, nós estamos no caminho para a classificação”, conta o dançarino, que dá a sua opinião sobre a polêmica discussão no meio sobre o reconhecimento do breaking como um esporte.

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O paraense Leony: aposta brasileira para as Olimpíadas. (Fábio Piva/Red Bull Content Pool/Divulgação)

“A modalidade ter virado olímpica foi uma ótima oportunidade. Mas não acredito que isso seja mais importante do que o breaking cultural — foi só mais uma porta que se abriu para nós, B-Boys e B-Girls. Nem me considero um atleta, eu sou um dançarino, um artista”, sintetiza Leony.

Memorial da América Latina. Avenida Mário de Andrade, 664, Barra Funda. Qui. (20), 11h/22h; sex. (21), 13h/22h; sáb. (22), 14h/22h. R$ 50,00 (grátis dias 20 e 21). redbull.com/br-pt. ■

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Publicado em VEJA São Paulo de 19 de julho de 2023, edição nº 2850

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