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SP ganha 11 novas bebetecas, com atividades gratuitas para a primeira infância

Espaços são uma mistura entre biblioteca e brinquedoteca para bebês e estão localizados em CEUs nas Zonas Leste e Norte da cidade

Por Júlia Rodrigues
Atualizado em 9 fev 2024, 15h16 - Publicado em 9 fev 2024, 06h00
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No CEU Freguesia do Ó: atividades que ajudam no desenvolvimento (Leo Martins/Veja SP)
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São espaços gratuitos, abertos todos os dias, onde crianças de até 3 anos podem se divertir e aprender com brinquedos adequados à idade. A capital paulista ganhou onze novas “bebetecas” de dezembro para cá, uma mistura de biblioteca e brinquedoteca para bebês — antes, tinha apenas uma. Os equipamentos são uma iniciativa da Secretaria Municipal de Educação e ficam todos em Centros Educacionais Unificados (CEUs) das zonas Leste e Norte da cidade.

A primeira bebeteca paulistana abriu em setembro passado, no CEU Barro Branco, na Cidade Tiradentes, graças a uma doação financeira da Fundação Bernard van Leer, instituição holandesa que apoia projetos voltados à primeira infância pelo mundo. As novas onze foram custeadas pela prefeitura — o investimento foi de 1,3 milhão de reais, ou 120 000 reais por unidade.

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Isabel, Nicolas, Fernando e Manuela: diversão e aprendizado (Leo Martins/Veja SP)

Feitos em parceria com a produtora de eventos Descobrir Brincando, os espaços têm atividades que estimulam o desenvolvimento motor, cognitivo e socioemocional dos bebês, como túneis, escorregadores, pia de brinquedo, bonecos e livros. Há ainda área para amamentação.

O analista de transportes Fernando de Assis, 37, conheceu a bebeteca do CEU Freguesia do Ó na inauguração, em dezembro. Decidiu levar a filha Manuela, de 10 meses, e o sobrinho Nicolas, de 2 anos, pela segunda vez em fevereiro. “Antes, levávamos eles no Jardim das Perdizes, um parque aqui perto. Estendíamos um tapete e deixávamos eles brincando”, conta. “Mas lá só tem parquinho para as crianças maiores, não é como aqui”, completa Isabel Mansur, 66, tia-avó das crianças. Enquanto Nicolas prefere os jogos de montar, Manuela treina o engatinhar, habilidade que aflorou há pouco tempo, nas minirrampas dispostas pelo chão.

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Francilene e Lorenzo: “Ele até largou um pouco as telas” (Leo Martins/Veja SP)

Já a dona de casa Francilene Costa, 32, aproveita o período em que a filha mais velha, Valentina, de 6 anos, está em aulas no Centro para levar Lorenzo, de 1 ano, para a bebeteca. “Gosto muito porque é um local seguro e ele interage com crianças da idade dele. Até largou um pouco as telas”, ela conta. Thaís Gomes, 35, é professora do CEMEI, Centro Municipal de Educação Infantil, integrado ao CEU Freguesia do Ó. Além de levar os alunos para lá, ela sempre vai à bebeteca com a filha Sofia, de 1 ano. “É uma iniciativa importantíssima, pois muitas famílias não podem pagar para brincar com os filhos em espaços parecidos, como em shoppings, por exemplo”, afirma.

Um diferencial interessante das bebetecas é o incentivo ao “brincar livre”. “Se você perceber, os brinquedos não ‘fazem’ nada. São as crianças que precisam interagir com eles”, diz Edilson Ventureli, diretor-executivo do Instituto Baccarelli, responsável por administrar os doze CEUs onde as bebetecas já foram implantadas. A organização sem fins lucrativos, conhecida por promover aulas de música na comunidade de Heliópolis há 27 anos (que resultaram na criação da Orquestra Sinfônica Heliópolis), venceu um chamamento público e iniciou a gestão das unidades em 2022. “É mais fácil criar novas atividades nesse formato de gestão”, justifica o secretário municipal de Educação, Fernando Padula.

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Para engatinhar: minirrampas pelo chão (Leo Martins/Veja SP)

Outro pilar do projeto é o estímulo à conexão entre os bebês e os responsáveis, que precisam estar sempre presentes nas bebetecas. “Faltam espaços como esses na cidade. Em favelas, onde estão boa parte dos CEUs, é comum muitas pessoas morarem em um mesmo cômodo, aí as crianças ficam sem espaço para brincar, além de aumentar o risco de acidentes domésticos”, afirma Edilson.

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Além da chegada das bebetecas, o diretor do Instituto Baccarelli comemora outras ações que conseguiram implantar recentemente nos CEUs, como aulas de musicalização infantil, especialidade da instituição. “Estamos ampliando nossa experiência de anos de atuação em Heliópolis para outros doze territórios da cidade”, ele avalia.

A prefeitura pretende abrir bebetecas em todos os 58 CEUs da cidade até o fim do ano que vem.

Horário de funcionamento: Seg. a sex., 8h/20h. Sáb., dom. e feriados, 8h/17h.

Publicado em VEJA São Paulo de 9 de fevereiro de 2024, edição nº 2879

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