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Arquiteto lança livro sobre Lina Bo Bardi

‘Ao Lado de Lina’, de Marcelo Ferraz, relembra momentos marcantes da inquieta idealizadora do Masp, que atuou politicamente por meio da arquitetura

Por Vanessa Barone
23 abr 2025, 14h45
O arquiteto-Marcelo_Ferraz
O arquieteto Marcelo Ferraz, autor do livro 'Ao Lado de Lina': fiel escudeiro (Léo Martins/Veja SP)
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Em meados dos anos 1970, Lina Bo Bardi (1914-1992), autora do projeto do Museu de Arte de São Paulo (Masp), enfrentava um período de ostracismo, no âmbito profissional e também no meio acadêmico. Nem na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (FAU), a arquiteta modernista tinha cartaz. “Diziam que ela tinha três ou quatro projetos e nenhum merecia atenção”, relembra o arquiteto Marcelo Ferraz, que pretende mostrar o quão errônea era essa avaliação no recém-lançado livro Ao Lado de Lina (WMF Martins Fontes, 304 págs., R$ 94,90).

Capa livro Ao Lado de Lina
Capa do livro: histórias e entrevista inédita feita pelo jornalista Fábio Altman, em 1988 (Reprodução/Reprodução)

Com uma compilação de artigos escritos por Marcelo ao longo de três décadas, a obra serve como contraponto à imagem atual de uma Lina glamourizada. “Ela era contra a glamourização, achava que a arquitetura era uma forma de trazer conforto às pessoas”, afirma ele, que trabalhou por quinze anos ao lado dela. “Ela atuou politicamente no mundo por meio da arquitetura e buscava a liberdade”.

Tudo começou em 1977, quando Marcelo foi um dos estudantes da FAU indicados a trabalhar com a profissional na restauração e recuperação de uma antiga fábrica no bairro da Pompeia, que seria transformada numa das mais badaladas unidades do Sesc. “Foram quatro anos de fertilidade e entusiasmo. Acreditávamos estar criando algo não só para o agora, mas para a virada do milênio”, recorda o parceiro, responsável por reproduzir na Marcenaria Baraúna móveis assinados pela mentora, como a poltrona sertaneja.

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A arquiteta e o pupilo caminhando pelo centro de Santos: parceria e ensinamentos ao longo de 15 anos (Juan Esteves/Divulgação)
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Esposa do marchand e colecionador de arte Pietro Maria Bardi, Lina nasceu na Itália, mas não gostava de ser chamada de italiana. Enquanto viveu na Europa, foi ativista da resistência ao nazifascismo, durante a Segunda Guerra Mundial. No Brasil, onde chegou em 1946, atuou por 45 anos, sendo lembrada não apenas pelos projetos do Masp e do Sesc Pompeia, mas também pelo Teatro Oficina e pela Casa de Vidro — que foi a sua residência, no bairro do Morumbi, e hoje recebe visitantes. Nos anos 1960 e 1970, participou intensamente do movimento da contracultura e da luta contra a ditadura militar.

A obra Ao Lado de Lina também traz uma entrevista inédita realizada em 1988 pelo então repórter de VEJA Fábio Altman (atualmente, o redator-chefe da revista). Na ocasião, Lina exigiu ler o texto antes da publicação. Aberta a exceção em se tratando de personagem tão relevante, ela acabou colocando tantas objeções e retoques à reportagem que inviabilizou a publicação. O fac-símile do documento original, incluindo anotações da entrevistada, faz parte do livro, que traz novos contornos da personalidade de um dos maiores nomes da arquitetura do país.

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