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Antonio Fagundes discute a surdez do mundo no palco do Tuca

Em <em>Tribos</em>, o ator contracena com o filho Bruno e a namorada Arieta Corrêa

Por Bruno Machado
Atualizado em 16 Maio 2024, 17h11 - Publicado em 12 set 2013, 14h02
Peça Tribos
Peça Tribos (Jairo Goldflus/)
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“Um libelo contra o preconceito”. É assim que Antonio Fagundes, 64 anos, define Tribos, espetáculo que estreia sábado (14), no Tuca, no qual contracena com a namorada Arieta Corrêa e o filho Bruno Fagundes, repetindo a dose de Vermelho (2012).

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Foi Bruno, aliás, quem apresentou o texto da britânica Nina Raine (de Rabbit) ao pai, depois de ver uma apresentação em Nova York. A trama enfoca uma problemática família composta pelos pais intelectuais (Fagundes e a atriz Eliete Cigaarini), e os três filhos. Do trio, destaca-se Billy (Bruno), que apesar de deficiente auditivo, foi criado a vida toda como um rapaz comum. Os conflitos começam quando ele conhece Sylvia (Arieta Corrêa), uma jovem prestes a ficar surda que lhe ensina a se expressar em Libras, a língua brasileira de sinais.  Para completar, os outros dois filhos do casal (Maíra Dvorek e Guilherme Magon) também reivindicam a atenção que, a vida toda, só foi dispensada ao filho deficiente.

“Pode parecer um drama lacrimoso do Tchékhov, mas na verdade, é uma comédia perversa”, explica o diretor Ulysses Cruz que se derrete por Bruno Fagundes: “é raro ver um ator tão dedicado e apaixonado por um projeto como ele”. O jovem ator, desde janeiro desse ano, frequentou entidades de apoio a deficientes auditivos, conversou com fonoaudiólogos e aprendeu a se comunicar em Libras.

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Para atender à comunidade surda da capital, o espetáculo faz uma sessão especial no dia 28, com tradução simultânea em Libras. “Seria uma hipocrisia de nossa parte abordarmos esse tema e mantermos os deficientes auditivos fora do debate”, explica Bruno.

 

Para Fagundão, no entanto, o significado da deficiência abordada na peça pode ser estendido. “Estamos falando da surdez do mundo, da falta de comunicação. Basta você sair por aí e ver pessoas reunidas ao redor de uma mesa, todas mexendo em seus telefones para você entender do que estou falando.” E mais, “o mote do espetáculo é a luta contra o preconceito”. Diz Fagundes: “Poderíamos estar falando de uma família com um filho homossexual, ou com um filho negro. Daria na mesma. Estamos falando de pessoas que são discriminadas dentro da sua própria tribo”.

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Embora levante bandeiras, o diretor promete que a montagem terá um tom politicamente incorreto proposital. “Para nós, perversão é sinônimo de diversão”, brinca Cruz. “Essa ditadura do politicamente correto além de chata, é hipócrita. Que adianta mudar a palavra, se o preconceito não deixa de existir?”, provoca Fagundes.

+ Confira datas e horários de Tribos

+ Leia mais sobre o espetáculo no Blog do Dirceu

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