Três perguntas para Alessandra Negrini
No teatro, atriz paulistana protagoniza <em>A Propósito de Senhorita Júlia</em> e nas telas vive uma dentista no drama <em>Abismo Prateado</em>
Por sua atuação tão empenhada, você também vivia uma situação de abandono quando filmou Abismo Prateado? De jeito nenhum. Dois anos atrás, eu estava namorando e feliz. O esforço do ator está em viver uma situação difícil para passar isso ao espectador. Quanto à questão do abandono, veja bem: um bebê é amamentado pela mãe e, um dia, ela deixa a criança chorando no berço. São questões primárias e básicas com que todo ser humano toma contato muito cedo.
Você se considera seletiva no teatro, cinema e TV? Eu vou aonde aparecem bons convites, em qualquer um desses veículos. O que importa é ser um projeto legal. Para isso, em primeiro lugar, há que ter um diretor competente. Já trabalhei com Júlio Bressane (em Cleópatra) e filmei o thriller O Gorila, de José Eduardo Belmonte, que deve estrear em agosto. Com o Afonso Poyart foi diferente. Ele era um estreante, mas me chamou atenção o roteiro de 2 Coelhos. Ou seja, eu procuro um produto interessante e criativo. No cinema, prefiro algo autoral.
Mas você fez a comédia popular Sexo, Amor e Traição (2004). Pensa de forma diferente agora? Isso foi há muuuito tempo. Nunca mudei, sempre fui a mesma. O cinema brasileiro renasceu e, antes, eram raras as ofertas. Mas não tenho nada contra filmes comerciais, faria numa boa uma comédia como Se Eu Fosse Você, que tem por trás um bom diretor (Daniel Filho). O que eu recuso são coisas ruins e mal escritas.