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B32 lança alameda com intervenções artísticas diferentes a cada 6 meses

A primeira a ocupar a Alameda das Artes, no prédio da Faria Lima, é "Animofras", da artista israelense Ofra Grinfeder. Obras estarão disponíveis para compra

Por Júlia Rodrigues
Atualizado em 27 Maio 2024, 21h17 - Publicado em 17 nov 2022, 20h00
Muro comprido com mural azul repleto de peças de aço enferrujado que simbolizam animais
"Animofras", obra de estreia da Alameda das Artes: fauna brasileira (Lucas Sant'ana/Divulgação)
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Pouco mais de um ano depois de sua inauguração em um dos trechos comerciais mais importantes de São Paulo, a Avenida Faria Lima, o B32 já se tornou um polo financeiro e cultural — e terá essa vocação reforçada com a nova Alameda das Artes, que receberá mostras temporárias.

Além da torre corporativa, que hoje abriga grandes nomes do setor de tecnologia como a Shopee e a Meta, companhia dona do Facebook, do Instagram e do WhatsApp, o edifício conta com um teatro com plateia retrátil, cujas poltronas podem ser armazenadas embaixo do piso de acordo com a configuração do evento, e uma parede de vidro no fundo do palco que possibilita a visualização dos espetáculos pelas pessoas que passeiam na rua e que, quando coberta, pode virar uma tela de projeção voltada para fora.

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No térreo, há uma praça de 8 000 metros quadrados aberta ao público, onde estão mesas com cadeiras, uma fonte e a escultura de uma baleia, que mede 6 metros de altura por 20 de comprimento. “Queríamos fazer um projeto aberto, que não terminasse na divisa do terreno, como a maioria dos edifícios comerciais de São Paulo”, explica Rafael Birmann, 69, responsável pela empreitada. “Estamos focados em movimentar a praça. Planejamos aulas de ioga, ginástica, feira de cachorros, de queijos, música ao vivo, happy hour… Nossa ideia é, por exemplo, receber um concerto ou show no teatro e transmiti-lo lá fora, para que qualquer um possa assistir, sem pagar.”

O arquiteto gaúcho, que preside a desenvolvedora imobiliária Birmann S.A., começou a adquirir os 35 terrenos que constituem a área do B32, muitos deles residenciais, ainda na década de 90. No entanto, o empreendimento teve de ser parado no início dos anos 2000, quando, endividado devido à alta do dólar, ele quase faliu. As escavações começaram em 2013, oito anos após a retomada. Hoje recuperado, Birmann dá mais um passo em seu projeto de integração entre o prédio e a cidade com a Alameda das Artes. Trata-se de um muro de 64 metros de extensão entre as ruas Leopoldo Couto Magalhães e Fernandes de Abreu, perpendiculares à Faria Lima. Agora, as pessoas que caminharem pela passagem, uma espécie de atalho que integra as duas extremidades do B32, poderão admirar obras de arte que mudam a cada seis meses.

alameda das artes rafael birmann
Ana Gazic, Ofra Grinfeder e Rafael Birmann: no B32 (Lucas Sant'ana/Divulgação)

A estreia da alameda acontece com Animofras, primeiro mural da artista israelense com mais de cinquenta anos de carreira Ofra Grinfeder. Apesar de morar atualmente na capital paulista, ela já passou por vários países e tem suas obras exibidas na Europa, na Ásia e nos Estados Unidos. Para o B32, desenvolveu oitenta peças em aço enferrujado que representam animais da fauna brasileira e de seu imaginário.

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A curadoria dessa nova exposição ao ar livre é da PONTO, empresa de produção e assessoria artística inaugurada em março. “Quando eu vi as obras da Ofra, me questionei o porquê de uma mulher maravilhosa dessas não estar exposta para o mundo”, conta a fundadora e arquiteta Ana Gazic, 28. Segundo ela, a ideia é subverter a relação extremamente comercial entre artistas e galerias no mercado de arte, prezando pela criatividade e pela liberdade de seus trabalhos. “Não colocamos os artistas em caixas”, explica.

Peça em metal enferrujado em formato de tucano. Seu bico é laranja
Detalhe de “Animofras”; oitenta peças disponíveis para a venda (Lucas Sant'ana/Divulgação)

Durante o período de exposição gratuita, que acaba em 5 de maio de 2023, as obras de Ofra estarão disponíveis para compra, individualmente ou em conjunto. Os preços variam de 6 000 a 12 000 reais e, enquanto o site para venda não está disponível — a previsão é janeiro —, os valores podem ser acessados por um QR code na parede. Parte do valor arrecadado será destinada à Fundação Aron Birmann, entidade sem fins lucrativos presidida por Rafael Birmann que trabalha em prol da melhoria urbana.

Obra na rua

Outros locais para admirar intervenções urbanas na capital

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Mapa com setas vermelhas que enumeram sete intervenções urbanas em São Paulo
(Arte/Veja SP)

1. Espaço Amoroso, de Rodrigo Cass

Mosaico inaugurado neste ano no Edifício Sabino, em Pinheiros.

2. Voo e Flutes, de Norma Grinberg

A instalação Voo lembra uma revoada de pássaros e a escultura Flutes tem peças que parecem girar. Ambas foram criadas em complemento ao White 2880, edifício na Avenida Rebouças que será inaugurado em dezembro deste ano.

3. Echo, de Richard Serra 

Trata-se da primeira escultura do artista americano aberta à visitação pública permanente na América Latina, exposta no Instituto Moreira Salles (IMS).

4. Obra na Biblioteca Alceu Amoroso Lima, de León Ferrari

Escultura em homenagem ao escritor que dá nome ao centro cultural em Pinheiros.

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5. Escultura de Tomie Ohtake na Avenida Paulista 

Instalada na altura do número 1111, a obra tem mais de 8 metros de altura.

6. Lugar com Arco, de Norma Grinberg

A artista resgata o arco, muito presente na arquitetura, em escultura no jardim da Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP).

7. Pele, dos Irmãos Campana 

As sete peças da coleção dos Irmãos Campana, dupla formada por Fernando (1961-2022) e Humberto Campana, ficam no estande de vendas do edifício número 319 da Rua Padre João Manuel, nos Jardins. São feitas de esferas de argila expandida e inspiradas em elementos da natureza que, por vezes, aparecem em construções urbanas.

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Publicado em VEJA São Paulo de 23 de novembro de 2022, edição nº 2816

 

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