Kiko Milano, rede italiana de beleza, inaugura lojas na capital
Conhecida por preços camaradas, a empresa abriu duas unidades em shoppings
Na manhã de terça (21), o Shopping Pátio Higienópolis exibia uma fila de dezenas de meninas eufóricas. A cena é clássica na abertura de conhecidas redes estrangeiras por aqui, a exemplo de Sephora, Topshop e Forever 21. No caso em questão, a euforia se devia à inauguração da segunda unidade da Kiko Milano em São Paulo.
O endereço de estreia começara a funcionar quatro dias antes, com frisson similar, no Shopping Pátio Paulista — trata-se de uma das maiores filiais do mundo, com 120 metros quadrados. Fundada em 1997, a marca italiana de maquiagem vende apenas artigos próprios e ganhou fama devido aos preços camaradas.
No início da fila dos dois eventos, apareciam as estudantes Bárbara Mohacsi e Ingrid Marc, ambas de 19 anos. Depois de entrarem, as jovens passaram pelo menos quatro horas em cada um dos estabelecimentos para testar itens, compor looks e, como manda o figurino, divulgar nas redes sociais a paixão pela loja. “Não temos dinheiro para comprar muita coisa, mas adoramos ficar namorando as vitrines”, disse Ingrid, que gastou 65 reais no Pátio Higienópolis.
Teve gente que foi muito além e desembolsou 2 500 reais de uma só vez. O plano de expansão da companhia mostra-se agressivo. Na primeira semana de maio, as filas devem se repetir nos centros de compra Eldorado e Center Norte. Até o fim do ano, a Kiko Milano planeja lançar mais três pontos na capital. A estratégia é sempre causar burburinho nas inaugurações.
Por isso, esses eventos contam com a presença de globais (a exemplo da atriz Marina Ruy Barbosa), distribuição de brindes, sessão de fotos com blogueiras da área de beleza, aplicação de maquiagem de graça e petiscos, entre outras coisas. Quem visitou uma Kiko Milano no exterior conhece a fama da empresa de possuir um comércio acessível.
Nas unidades italianas, batons podem sair por menos de 2 euros, o equivalente a pouco mais de 6 reais. No mercado nacional, os valores ainda costumam valer a pena. Nos endereços paulistanos, os preços partem de 15,90 reais (um lápis de boca) e chegam a 179,90 reais (um sérum regenerador).
A empresa desembarcou disposta a duelar com marcas como Avon, Vult e Quem Disse, Berenice?. “Somos uma fastfashion de maquiagem”, afirma a portuguesa Isabel de Almeida, diretora da Kiko Milano no Brasil. “Trabalhamos com mais de 2 000 produtos de diversas cores e tipos, e atualizamos o portfólio com tendências quase mensalmente.”
Integrante do grupo Percassi — comandado pelo empresário Antonio Percassi e responsável por parcerias com gigantes como Nike, Gucci e Starbucks —, a Kiko Milano não se assustou com o momento de crise do país e investirá mais de 16 milhões de reais em 2017 na operação brasileira.
As lojas, com conceito criado pelo arquiteto japonês Kengo Kuma, contam com projeto tecnológico e convidativo para o teste das mercadorias. É possível controlar a luz do espelho das penteadeiras por um painel touch screen e buscar inspirações de looks com os itens da marca em um tablet. Por enquanto, a estratégia tem dado certo.
Alguns modelos de sombras, batons e rímeis esgotaram-se nos dias de abertura. Se o sucesso seguir nessa toada, o México e a Argentina também receberão filiais do negócio. A empresa, que reúne 789 pontos de venda em vinte países, ostentou um invejável faturamento de 2,5 bilhões de reais em 2016, um aumento de mais de 50% em relação a 2015.
ACHADOS DA MARCA
Quatro itens bacanas encontrados nos endereços
Rímel com volume extra – R$ 59,90
Esmalte de secagem rápida – R$ 16,90
Base líquida hidratante (30 ml) – R$ 39,90
Batom de longa duração – R$ 25,90