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Lei que obriga restaurante a informar calorias causa polêmica

Chefs, empresários e até nutricionistas fazem críticas a proposta, que também prevê a inclusão de informações sobre lactose e glúten nos pratos

Por Fábio Galib
Atualizado em 20 jan 2022, 09h48 - Publicado em 6 out 2017, 19h10
Le Manjue Organique: chef Renato Caleffi não concorda com a proposta de incluir calorias dos alimentos no cardápio (Leo Martins/Veja SP)
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Nome do prato, descrição, preço. Além dessas informações básicas, em breve os cardápios de restaurantes, bares, lanchonetes e confeitarias por ter que trazer o valor calórico dos alimentos comercializados. Trata-se de uma proposta aprovada no fim de setembro pela Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados e que agora tramita em caráter conclusivo – o texto, que já foi discutido pelo Senado, passará agora pelas comissões de Seguridade Social e Família e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Ainda de acordo com o projeto, os estabelecimentos que não oferecem cardápios serão obrigados a afixar letreiros contendo as informações do valor calórico e uma mensagem de alerta sobre o sobrepeso e a obesidade em local visível para o consumidor.

POLÊMICA

A novidade não foi bem vista por muitos donos de restaurantes e profissionais da área de nutrição. “As calorias por si só não dizem muito sobre o alimento. O mais importante é sua composição”, afirma Thais Sarian, nutricionista do Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. “Se a ideia é controlar a alimentação, é imprescindível procurar um profissional. Caso contrário, como o cliente vai usar essa informação?”, questiona a profissional.

Chef Renato Caleffi - Le Manjue Organique
O chef Renato Caleffi: “O que as pessoas precisam é considerar a qualidade do alimento consumido.” (Divulgação Le Manjue/Veja SP)

A  proposta também obriga os estabelecimentos a informar sobre a presença de lactose e glúten nos alimentos.  “Incluir no cardápio informações sobre alergênicos é algo importante. Já fazemos isso em nossas casas, porque há pessoas que realmente podem passar mal”, diz Renato Caleffi, sócio e chef do Le Manjue Organique. O estabelecimento, que também tem como proprietário o ator Bruno Gagliasso, é ponto de encontro da galera que priorizam ingredientes orgânicos e os chamados funcionais. Ainda assim, o cozinheiro não concorda com a questão da divulgação valor calórico. “Não faz muito sentido. O que as pessoas precisam é considerar a qualidade do alimento consumido.”

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O restaurateur Edrey Momo:  “Citar as calorias do prato no menu é sem sentido. O consumidor tem consciência do que come.” (Leo Martins/Veja SP)

Edrey Momo, restaurateur responsável por empreendimentos como o restaurante Tasca da Esquina, a pizzaria 1900 e o izakaya Taka Daru,  reforça o coro. “Existe uma coisa chamada segurança alimentar, e isso sim é importante. Mas citar as calorias do prato no menu é sem sentido. O consumidor tem consciência do que come.” E, desde já, o empresário começa sua torcida. “Espero que a medida não passe. E, se passar, que não pegue. O mundo está muito chato.”

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