Empresários fazem queijos finos e foie gras nos arredores da capital
Essas são apenas algumas das iguarias que são elaboradas no quintal de casa e em cidades como Piracaia e Cabreúva
Até pouco tempo atrás, quem quisesse saborear na metrópole pratos tradicionais da terra de Paul Bocuse e Alain Ducasse, dois dos maiores chefs franceses do mundo, tanto em casa quanto nos melhores restaurantes do gênero, precisava inevitavelmente recorrer aos ingredientes importados.
Essa regra era válida para itens tão distintos quanto queijos finos e foie gras. A cena começa a mudar com a chegada ao mercado de artigos de qualidade elaborados bem aqui, no quintal de casa e em cidades como Piracaia e Cabreúva, nos arredores da capital. Depois de anos de tentativas e erros, um grupo de empresários acertou na receita e está conquistando não apenas as delicatessens e os supermercados requintados como chefs exigentes.
A maioria desses produtores aceita encomendas dos consumidores finais. “Já não somos mais escravos do mercado externo”, comemora Benny Novak, dono do Ici Bistrô, que se rendeu aos escargots e patos cultivados em terras paulistas. O custo final, muitas vezes, chega a menos da metade do valor do equivalente importado. “Já provei queijos de cabra aqui tão bons quanto os da França”, assegura o chef Laurent Suaudeau, respeitado por apresentar a alta gastronomia de seu país em São Paulo nas últimas três décadas.
A receita do sucesso, segundo ele, está no tamanho da produção. “As pequenas propriedades são fundamentais para o bom resultado”, acredita. “Os donos precisam pôr a mão na massa.” Tudo indica que estamos aprendendo a lição do lado de cá do Atlântico. As melhores marcas são tocadas por famílias que cuidam do passo a passo das fabriquetas até a entrega direta ao cliente. É como manda o figurino nas melhores fermes francesas.