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Como preparar chá verde, branco, preto e amarelo

A bebida é extraída de uma única planta da Ásia, já as ervas e frutas usadas como aromatizantes são tecnicamente chamadas de infusões ou tisanas

Por Vinicius Tamamoto
Atualizado em 27 Maio 2024, 19h55 - Publicado em 16 jul 2021, 06h00
Chá verde em um bule sobre um fundo rústico. Há folhas do chá espalhadas ao fundo
Prazeres do chá: a origem da planta e os seus sabores (SaraPulsar38/Getty Images)
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Não é todo mundo que sabe: o “verdadeiro” chá é extraído exclusivamente de uma planta originária da Ásia chamada Camellia sinensis. É a partir de suas folhas e brotos, oxidados ou não, processos sempre realizados por um especialista em ambiente com temperatura e umidade controladas, que saem as diferentes variedades da bebida (já as ervas e frutas usadas como aromatizantes são tecnicamente chamadas de infusões ou tisanas).

“Chá é prazer”, descreve a especialista Carla Saueressig, que lamenta a bebida no Brasil ainda estar relacionada a doenças. “Aqui, as pessoas tomam chá quando não estão se sentindo bem ou quando querem emagrecer. Tenho inveja do café, da cerveja, do vinho, porque ninguém pergunta para que eles são bons, bebem por prazer”, argumenta. Para ter um bom chá, é muito importante que a água utilizada seja a mais pura possível.

“Recomendo uma leve, sem grande quantidade de sódio. Evite também água de filtro de barro, que pode ter um gosto muito característico”, explica Carla. O tempo de infusão varia de acordo com o tipo de folhas escolhidas, que podem ser utilizadas mais de uma vez. Se você é iniciante no assunto, a dica é explorar os diversos tipos sem medo — mesmo entendedores não deixam de se surpreender com a vastidão sensorial que a Camellia sinensis proporciona: o universo do chá é uma eterna jornada. Veja abaixo aspectos gerais de cada família para quem quer iniciar essa viagem.

Chá verde

Com folhas desidratadas, as nuances herbais costumam predominar. A recomendação é fazer infusão de 1 a 3 minutos com água entre 60 e 90 graus. Nunca ferver.

Chá branco

Como o próprio nome revela, tem folhas com pouquíssima oxidação. O processo de escurecimento é semelhante ao que acontece quando se corta uma maçã, o que pode sugerir nuances florais à bebida. O tempo de infusão é de 1 a 2 minutos com água entre 60 e 90 graus.

Chá oolong

A oxidação varia entre 15% e 50%. Podem aparecer toques frutados e, se mais oxidado, de malte. O tempo de infusão varia de acordo com os subtipos e, nesse caso, vale consultar as instruções.

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Chá preto

As folhas que oxidaram totalmente podem liberar toques de caramelo, açúcar queimado, malte… O tempo de infusão pode variar de 2 a 4 minutos com água recém-fervida.

Chá amarelo

A oxidação é feita com calor úmido. Mais raro no Brasil, pode ter notas de frutas amarelas. A infusão varia de 2 a 3 minutos com água entre 80 e 90 graus.

Pu’er

É um chá fermentado com potencial de guarda — alguns chegam até vinte anos. Pode ter nuances adocicadas e suas folhas podem ser infusionadas muitas vezes por cerca de 30 segundos com água recém-fervida.

+ Uma planta, vários chás

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YES, NÓS TEMOS CHÁ

Embora não haja mais traços da planta na capital, a cidade já foi cenário de cultivo, no antigo Vale do Anhangabaú onde fica o Viaduto do Chá, assim como na Casa da Fazenda do Morumbi, propriedade que pertenceu ao regente Diogo Antônio Feijó. No estado de São Paulo, a região do Vale do Ribeira se destaca pelo cultivo de Camellia sinensis. As décadas de 80 e 90 foram a era de ouro do chá brasileiro, que entrou em declínio por causa da competição internacional.

Nos últimos anos, os sítios Shimada (@sitioshimada), Yamamaru (@sitioyamamaru) e Amaya (@amayachas) fizeram renascer os chazais. Não muito longe dali, em São Miguel Arcanjo, a marca Yamamotoyama do Brasil (11 94017-6933), com sede no Japão, também mantém uma vasta plantação para produção própria. É possível comprar on-line ou pelo telefone.

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Publicado em VEJA São Paulo de 21 de julho de 2021, edição nº 2747

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