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Ponto final para os vinhos orgânicos na Borgonha?

  A Borgonha é considerada berço dos vinhos elegantes, onde a branca chardonnay e a tinta pinot noir alcançaram o status de referência para o mundo. Outra característica da região é a grande fragmentação dos vinhedos e a consequente multiplicidade de produtores. Para exemplificar, o vinhedo grand cru (qualificação máxima de um vinhedo na Borgonha) Clos […]

Por VEJA SP
Atualizado em 26 fev 2017, 22h53 - Publicado em 29 jan 2014, 16h02
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    O produtor Emmanuel Giboulot: na mira da justiça francesa por não usar pesticida recomendado por autoridades

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      A Borgonha é considerada berço dos vinhos elegantes, onde a branca chardonnay e a tinta pinot noir alcançaram o status de referência para o mundo. Outra característica da região é a grande fragmentação dos vinhedos e a consequente multiplicidade de produtores. Para exemplificar, o vinhedo grand cru (qualificação máxima de um vinhedo na Borgonha) Clos de Vougeot possui 50 hectares e ao menos 80 diferentes proprietários com parcelas nesta área. Muitos preferem vender sua safra para outro produtor e não engarrafar o próprio vinho, ainda assim são ao menos 60 produtores de vinho somente deste vinhedo. Como se pode imaginar, dentro desta cesta existem os bons, os ordinários e fracos.

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    Emmanuel Giboulot é um produtor de pequeno porte na Borgonha, com 10 hectares de vinhedos. Praticante da agricultura orgânica desde 1985, Giboulot foi protagonista nas notícias do vinho no início do ano. E não foi por uma boa razão (ao menos, não para ele). Por não comprovar a aplicação de um pesticida sintético nos seus vinhedos, para combater a doença flavescence dorée, está sujeito a uma multa de 30.000 Euros e pena de 6 meses de detenção.

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    Panfleto do Ministério da Agricultura francês alerta sobre praga que ameaça os vinhedos da Borgonha

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    A flavescence dorée é causada por uma bactéria que ataca a videira (e outras plantas) e provoca a secagem das folhas e frutos. Em pouco tempo a videira se torna improdutiva e não há cura. A solução é arrancar a videira e plantar uma nova. Seu efeito é tão letal e de fácil propagação que muitos a tem comparado com a phylloxera, praga que destruiu grande parte dos vinhedos europeus no fim do século XIX. Da mesma forma que a dengue ou a malária, a bactéria que ataca as videiras depende de um agente vetor, um inseto semelhante a cigarra.

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    O INRA, órgão ligado ao Ministério da Agricultura francês, contabilizou 11,3 hectares de vinhedos que foram arrancados em 2013 em virtude da doença. O mesmo órgão começou uma campanha para obrigar as vinícolas em áreas potencialmente atacadas pela flavescence dorée a aplicar um pesticida sintético nos vinhedos como forma de combater o inseto hospedeiro da bactéria.

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    Por ser um pesticida sintético, muitos produtores orgânicos ou biodinâmicos, uma cultura ainda mais radical que a orgânica, correm o risco de perder a certificação biológica de seus vinhos. Além de perder o apelo das certificações ecológicas, alguns produtores questionam a eficácia da aplicação do defensivo agrícola, argumentando que o desequilíbrio causado ao meio ambiente já vem causando o aparecimento de outras pragas. O próprio Emmauel Giboulot afirma que a simples apresentação da nota de compra do tal pesticida é suficiente para as autoridades francesas, sem comprovar a aplicação nos vinhedos.

    O INRA marcou uma audiência dia 24 de fevereiro com o produtor para decidir o caso.

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