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Impecável, Marisa Monte inicia temporada de shows em SP

Por Catarina Cicarelli Já é sabido que Marisa Monte é perfeccionista ao extremo. Quando ela sobe ao palco, isso se torna mais evidente. Seu show, uma combinação impecável entre recursos visuais e música,  é meticulosamente pensado em cada detalhe. Nada saiu fora dos eixos na apresentação desta quinta (21), que marcou a estreia da nova […]

Por VEJASP
Atualizado em 10 set 2024, 17h07 - Publicado em 22 jun 2012, 03h17
Marisa Monte
Marisa Monte (/)
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Marisa Monte: voz impecável e brincadeiras em estreia paulistana do novo show "Verdade Uma Ilusão" (Foto: Leonardo Aversa/Divulgação)

Marisa Monte: voz impecável e brincadeiras em estreia paulistana do novo show “Verdade Uma Ilusão” (Foto: Leonardo Aversa/Divulgação)

Por Catarina Cicarelli

Já é sabido que Marisa Monte é perfeccionista ao extremo. Quando ela sobe ao palco, isso se torna mais evidente. Seu show, uma combinação impecável entre recursos visuais e música,  é meticulosamente pensado em cada detalhe. Nada saiu fora dos eixos na apresentação desta quinta (21), que marcou a estreia da nova temporada que a cantora faz no HSBC Brasil até 15 de julho. Intitulada “Verdade Uma Ilusão”, a turnê reúne músicas do álbum “O Que Você Quer Saber de Verdade”, lançado em outubro do ano passado, e uma série de sucessos que a cantora acumulou durante a carreira.

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Com meia hora de atraso, Marisa subiu ao palco praticamente escondida. Podia-se apenas ouvir sua voz cantando “Blanco”, do CD “Barulhinho Bom – Uma Viagem Musical” (1996), e ver uma silhueta por trás de uma tela transparente – recurso que costuma ser usado em espetáculos de teatro. Nela, eram projetadas imagens de folhas que se moviam. Foi só durante a terceira canção que se pôde ver a cantora, o que levou a plateia ao delírio.

O silêncio entre uma canção atrapalhava um pouco o ritmo da apresentação – a perfeccionista Marisa sempre iniciava a contagem “1, 2, 3 e …” para alinhar os músicos. Mas o público aproveitou esse momentos para soltar elogios como “Linda!” e “Maravilhosa!”. Nas primeiras vezes, a cantora se manteve inerte às intervenções, mas depois respondeu brincando que lá só estavam amigos – sim, é verdade: boa parte da plateia naquela noite era de convidados.

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Faixas do novo álbum como “Descalço no Parque”, de Jorge Ben Jor, e “Depois”, parceria da cantora com Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown, foram intercaladas com sucessos antigos. Escrita em conjunto com Carlinhos e Nando Reis, “E.C.T” (conhecidíssima na voz de Cássia Eller) ganhou a primeira interpretação ao vivo de Marisa. “A Cássia se apropriou da música, virou outra coisa, ficou lindo”, disse a cantora.

Pesquisadora incansável de referências musicais, Marisa dedicou uma parte do show para falar da cantora italiana Mina Mazzini, que fez sucesso nas décadas de 60 e 70. Após didaticamente explicar a importância de Mina e até sugerir que os fãs procurem vídeos na internet para conhecer o trabalho dela, Marisa cantou a música “Sono Come Tu Mi Vuoi”. Nesse momento, sua voz ficou mais abafada, o que enfatizou a sensação de que a música era antiga, como se fosse ouvida em um velho rádio. Em seguida, ela engatou o hit “Ainda Bem”, de sua autoria com Arnaldo, que também foi gravada por Mina.

Do lado de fora do espaço, chovia. Além de agradecer pela presença massiva de pessoas mesmo com um tempo ruim, a cantora brincou com o incômodo de o palco ter goteiras. “Estou me sentindo mesmo em São Paulo: está garoando aqui”. Entre os músicos que a acompanharam no palco estavam Pupillo (bateria), Lúcio Maia (guitarra) e Dengue (baixo), integrantes que foram “emprestados” da Nação Zumbi. “Aproveitando a ocasião, digo publicamente que vou devolvê-los”, brincou novamente Marisa após apresentá-los. Quem conhece o trabalho do trio no grupo pernambucano, que tem uma sonoridade bem mais pesada, se surpreendeu ao vê-los contidos, mas sem perder o estilo, tocando ao lado de um quarteto de cordas.

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Ao longo do show, projeções eram exibidas no cenário, que se modificava constantemente com um vaivém de telões e espelhos. As imagens foram criadas com base em obras de artistas contemporâneos, entre eles Tunga, Cao Guimarães e Luiz Zerbini. Em “Depois”, a caligrafia de Arnaldo Antunes foi usada para a obra “Dream Sequence I”, de Janaina Tschäpe.

Os músicos se despediram do público após “Não Vá Embora” e Marisa voltou para o bis apenas acompanhada de um violão, entoando “Amor I Love You”. Ela aproveitou a faixa, cantada em coro pela plateia, que já estava de pé a essa altura, para fazer uma declaração à cidade mudando a letra de um dos versos para “São Paulo I love you”. Já com a banda, ela engatou “Velha Infância”, de sua época com os Tribalistas e, por fim, terminou o show em clima animado com “Hoje Eu Não Saio Não”, fazendo o público participar exclamando “não” entre as frases.

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