Confira detalhes da programação do Theatro Municipal para 2026
Nova ópera de Jocy de Oliveira, os noventa anos do Coral Paulistano e estreia na América Latina de 'Intolleranza', de Luigi Nono, estão na agenda

O Theatro Municipal prepara uma programação grandiosa para 2026, combinando tradição e contemporaneidade. O repertório completo sai no próximo dia 20, mas, a seguir, estão alguns destaques.
Óperas
Entre as óperas, será vista uma remontagem de 2022 do moderno, quase surreal, O Amor das Três Laranjas, de Sergei Prokofiev, entre fevereiro e março. E clássicos como Tristão e Isolda, com direção de Daniela Thomas, entre julho e agosto, e Don Carlo, de Giuseppe Verdi, dirigida por Caetano Vilela, em setembro.

Também há novidades, como a estreia na América Latina da obra Intolleranza, de Luigi Nono, com direção cênica de Nuno Ramos e Eduardo Climachauska, nos dias 29, 30 e 31 de maio e 2, 3, 5 e 6 de junho; e uma double bill com composição inédita de Jocy de Oliveira, encomendada pelo Municipal, ao lado de Édipo Rei, de Igor Stravinsky, nos dias 30 e 31 de outubro e 1o , 3, 4, 6 e 7 de novembro.
“O teatro tem que refletir a população de São Paulo, o ecletismo, o que é contemporâneo. Assim ele se torna vivo, é um teatro, não um museu”, acredita Andrea Caruso Saturnino, superintendente-geral do complexo Theatro Municipal.
Encerrando a agenda operística, Andrea Chénier, de Umberto Giordano, chega à cena entre novembro e dezembro com direção de Caio Araujo, carnavalesco da Mocidade Alegre, junto de Carla Camurati.
Orquestra Sinfônica Municipal (OSM)
No caso da Orquestra Sinfônica Municipal (OSM), regida pelo maestro Roberto Minczuk, os destaques serão os convidados internacionais e a continuidade da série de Gustav Mahler, com a apresentação da Sinfonia n.º 8, nos dias 1o e 2 de maio.
O conjunto será conduzido pela maestra taiwanesa Mei-Ann Chen nos dias 27 e 28 de março; pelo regente zimbabuano Vimbayi Kaziboni nos dias 8 e 9 de maio; e pelo compositor chinês Tan Dun nos dias 7 e 8 de agosto, com programa dedicado à sua própria obra, como a trilha sonora do filme O Tigre e o Dragão (2001), premiada no Oscar.
“Na temporada de 2025, buscamos consolidar mudanças, com uma programação mais plural e inventiva, e em 2026 vamos aprofundar essa jornada e convidar o público a uma reflexão sobre o que deixamos para as futuras gerações”, afirma Andrea sobre a linha temática do programa.
Coral Paulistano
O Coral Paulistano completa noventa anos em 2026. Em comemoração, o grupo fará em 12 de fevereiro um concerto, sob regência de Maíra Ferreira, com repertório voltado para a música coral brasileira e estreia mundial da obra Auto de Todo Mundo e Ninguém, de Camargo Guarnieri, de 1981.
Em 12 e 13 de junho, vai rolar a Missa Afrossambas, que inclui as parcerias de Baden Powell e Vinicius de Moraes no repertório.

Balé da Cidade
O Balé da Cidade inicia o próximo ano com uma nova criação de Renan Martins, Encruzilhada, em 14, 15, 18, 19, 20 e 21 de março, com ritmos brasileiros inseridos na perspectiva da dança contemporânea.
Em junho será montada uma coreografia inédita de Andrea Peña e Michelle Moura, e Réquiem SP, de Alejandro Ahmed, retorna em agosto, após abrir a temporada de 2025.
Quarteto de Cordas da Cidade
Além disso, o Quarteto de Cordas da Cidade prepara uma série de concertos com temas de Joseph Haydn e Mozart somados a obras de nomes contemporâneos, como a americana Caroline Shaw, em 26 de março.
“Durante muitos anos, a programação do teatro não chegava nem a 5% de compositoras mulheres. Estamos entrando no ano de 2026 com 40% de presença feminina”, diz Andrea. Novos ritmos sonoros continuam a soar no centenário palco paulistano. ■
Publicado em VEJA São Paulo de 8 de agosto de 2025, edição nº 2956