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“Depois desse disco, vão me reconhecer mais como artista”, diz Juliette

Em entrevista, a cantora, que prepara seu primeiro álbum de estúdio, fala sobre a nova fase pessoal e musical, além das dificuldades que ultrapassou

Por Tomás Novaes
14 jul 2023, 06h00

Juliette, 33, está em novo momento. “Estou muito mais segura, me reconhecendo como eu sou, e sentindo prazer nesse processo”, diz a cantora paraibana, que lançará seu primeiro disco de estúdio no segundo semestre.

A advogada, maquiadora e vencedora do BBB 21 lançou recentemente dois singles que introduzem sua nova versão: a pop Sai Da Frente e a funk-baião Tengo.

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Em 2021, quatro meses após sua saída do reality, a artista lançou seu primeiro EP, homônimo, que continha seis faixas inéditas. Com hits como BençaDoce, o sucesso do projeto e a força da sua enorme base de fãs resultaram na primeira turnê da sua carreira, Caminho.

O repertório dos shows também contou com versões de clássicos da música nordestina, como Anunciação, de Alceu Valença, e Espumas ao Vento, de Accioly Neto, e rendeu um disco ao vivo, lançado no ano passado.

Neste domingo (16), Juliette se apresenta no Festival Tão Ser Tão, em São Paulo. Em entrevista à Vejinha, ela fala sobre seu novo momento, as inseguranças que ultrapassou e a expectativa para o novo álbum. Confira.

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Para começar, pergunto sobre Tengo e Sai da Frente, seus novos singles. Quem é a Juliette dessa nova fase?

Minha nova versão tem mais coragem, é mais mulher, mais empoderada e habituada a esse lugar que conquistei. Estou me soltando e cantando com mais tesão, em todos os sentidos possíveis. É uma Juliette que canta para fora, sem medo, mais segura, que participou desse processo de criação que tem a linguagem, os elementos e a sonoridade que eu quero, sem imitar ou reproduzir outra pessoa. É algo meu, que se comunica com o público que me conhece e sabe de todo o processo que passei. As músicas se encaixam totalmente nisso, quando você escuta Sai Da Frente, ou Tengo, ou todas que virão, você entende que aquela é a minha linguagem, é o que eu quero passar.

Que influências musicais você traz no disco?

Eu tentei fazer uma mistura de tudo que eu sou. Com elementos da minha base regional, como o pífano, a sanfona, o triângulo, a zabumba, porque é a sonoridade que eu curto e me representa, mas também trazendo toda a linguagem pop, porque eu sou pop, moderna, jovem. Tentei fazer uma mistura, colocar tudo que eu sou, e fazer algo original. Acho que deu certo, a galera já está sentindo isso e gostando.

“Estou me soltando e cantando com mais tesão, em todos os sentidos possíveis”

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E como foi o processo de gravação, comparado à produção do seu primeiro EP, em 2021?

Gravei meu primeiro projeto com muito medo, ainda abalada psicologicamente com tudo que me aconteceu, assustada com a fama. É como ser virgem, e a sua primeira relação é muito estranha — você sabe que é uma coisa boa, mas não sabe o que é. Minha voz chegava a ser infantil. Eu amo o meu EP, mas me lembra uma pessoa frágil, uma criança com medo. Foi muito difícil, eu chorava para gravar, errava, ficava insegura. Este segundo processo aconteceu muito mais em um lugar de segurança. Eu participei de tudo, desde as composições até a sonoridade, e fiz muito do jeito que queria, uma obra do zero. Se eu errar, vai ser por algo meu. Fui me apaixonando. Estou muito segura com esse trabalho, se der certo, vou ficar muito feliz, se não der, vou ficar muito satisfeita, porque foi o que eu quis fazer.

Você também se lançou como compositora, a partir do single Cansar de Dançar, e agora com Tengo. Como foi esse processo? 

Eu sempre amei escrever. Eu fiz Letras, amo literatura. Eu já escrevia, mas não musicalmente. Eu só fui adaptando a linguagem que eu tinha à linguagem musical. Eu adoro, você canta a música com muito mais vontade, porque ela sai de você, é a sua ideia, o que você quer falar. Gosto de participar de todas as que eu não fiz, eu mudei alguma palavra, algum termo, alguma frase. Eu participei da composição da maioria delas.

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Juliette no palco: primeira turnê com shows lotados. (Ricardo Brunini/Divulgação)

No ano passado, você fez a turnê Caminho, que rendeu um disco ao vivo. O que você aprendeu no palco, fazendo shows?

O show para mim foi um processo muito interno. Nas primeiras vezes, eu sentia pavor, subia no palco e sentia gosto de mercúrio na boca, de tando medo. Aos poucos, fui aprendendo a me conectar com o público. Antes, eu focava em um ponto e, qualquer coisa que acontecesse ao meu redor, eu não via. Hoje, consigo olhar para o público e saber o que eles estão falando, se estão gostando, se não. Eu descobri essa comunicação que não conhecia, de cima do palco. O mais incrível disso é que estou me degustando, sentindo prazer nisso. Eu aproveito o frio na barriga, a euforia. 

Você sonhava em ser cantora desde pequena?

Quando eu era bem criança, era fã de reality musical, assistia todos e me via muito ali. Mas, depois que comecei a trabalhar, achei que aquilo era utopia, filme, e não podia ser real. Minha realidade era muito dura, eu precisava estudar e trabalhar. Não cogitei a música em hipótese alguma como profissão, era um sonho de criança, e depois virou um prazer. Quando saio do reality e vejo que é uma possibilidade, é como se eu reencontrasse a criança de antes, que sonhava e não pôde seguir. Eu me conectei com a minha essência mais pura, da primeira infância.

No lançamento do seu primeiro EP, surgiram muitos comentários na internet estranhando e criticando a sua carreira musical. Você sente que esse estranhamento foi diminuindo?

Acho que estou conquistando as pessoas aos poucos. Eu não me incomodo. Não acho que, em um passe de mágica, vão me reconhecer como uma grande cantora. Quero conquistar de verdade, não quero que as pessoas gostem de mim porque sou simpática, carismática, gente boa. Quero que gostem da minha música. Sou super tranquila com esse processo. Não quero que as pessoas achem que sou uma grande diva do pop, quero que reconheçam quem eu sou: uma pessoa que tem o dom, que ama música, que se esforça e tem músicas boas. Quero isso para não viver uma utopia, uma farsa. Mas acho que essa resistência diminuiu muito.

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Quero te perguntar sobre Chico César. Sou testemunha que, em todos os shows dele, ele te agradece antes de tocar Deus Me Proteja. Você sabia disso? O que o Chico significa para você?

Fiquei toda arrepiada. Amo dar entrevista, porque fico emocionada também. O Chico tem uma alma muito generosa. Ele é poesia pura. Eu sei disso, sei da gratidão. Me sinto até sem graça, quando uma pessoa muito grande faz algo assim. Mas muito lisonjeada, porque ele é uma das minhas maiores referências de alma. Tenho uma extrema gratidão, a gente se conectou, e essa música, Deus Me Proteja, foi um mantra. Mudou a minha vida, mudou a dele, e a gente está conectado para sempre. Ainda quero fazer muita coisa com ele. É um espírito de luz que quero sempre estar perto.

O que mais você pode falar mais sobre o disco, ou sobre sua próxima turnê?

A turnê eu ainda estou organizando tudo, mas o disco vem completo. Ele supre todas as minhas facetas: ele tem uma música mais pop, outra mais reflexiva, outra mais regional, outra radiofônica. Ele supre todas as necessidades que eu senti musicalmente de uma forma muito bonita, múltipla e coesa. Consegui juntar tudo que gosto, as pessoas vão conseguir entender essa nova Juliette. Tenho certeza que, depois desse disco, a galera vai me reconhecer mais como a artista que eu sou digo mais, que sempre fui. Antes de trabalhar como artista, sempre amei arte e toquei as pessoas com o que eu fazia.

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