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João Suplicy lança disco de duetos: “Sou fruto da mistura paulistana”

O músico canta com Ney Matogrosso, Rael e Zélia Duncan em álbum bilíngue e fala em entrevista à Vejinha sobre violão, São Paulo e idade

Por Tomás Novaes
Atualizado em 3 jul 2025, 13h23 - Publicado em 3 jul 2025, 13h00
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João Suplicy no hotel Tivoli Mofarrej: ensaio para a capa do disco 'Duets' (2025) (Alexandre Suplicy/Divulgação)
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João Suplicy deixa seu violão “guitarrístico” um pouco de lado para cantar clássicos da música brasileira e internacional com outras vozes no disco Duets (2025), lançado no final de junho — um projeto que traz novos ares para a carreira do cantor e compositor paulistano.

Trunfos como Rael cantando Bob Marley e Ney Matogrosso interpretando Chico Buarque são algumas pérolas do trabalho. A lista de convidados reúne talentos das mais variadas gerações e cenas musicais, como Frejat, Zélia Duncan, Vanessa Moreno, Kell Smith, Manda, Hugo Rafael, Coral e Camilla Marotti.

O resultado é um álbum bilíngue com sucessos como La Vie en Rose, de Édith Piaf e Louis Guglielmi, e That’s Life, de Dean Kay e Kelly Gordon, gravados por uma banda primorosa — Dadi Carvalho (baixo), Jurim Moreira (bateria), Marcelo Costa (percussão), Milton Guedes (gaita) e Mú Carvalho (teclados) —, com produção de Jorge Helder e lançamento pela Biscoito Fino.

“Não queria que fossem somente participações da minha geração, ou acima dela, ou todas mais jovens. Quis trazer essa variedade”, diz João. A ideia inicial era registrar versões em português de hits internacionais, mas, após as gravações, a falta de resposta sobre as liberações dos autores levou o projeto por outro caminho.

João Suplicy Duets
A capa do álbum ‘Duets’ (2025): repertório de sucessos (Alexandre Suplicy/Divulgação)

“Gravamos há dois anos e ficamos esperando, até que comecei a pensar em ser um álbum de duetos, para trazer uma nova roupagem. E ficou mais legal — foi o certo por linhas tortas”, explica o músico. A grande marca de sua carreira tem sido o violão com cordas de nylon tocado como guitarra, por vezes até com distorção.

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O melhor exemplo disso é o projeto Samblues, show que ele tem feito há quatro anos e que virou disco em 2022 — o nome ilustra bem a proposta ousada de unir samba e blues. “Embora neste disco eu toque violão e muitos arranjos tenham vindo do meu instrumento, fiquei mais de crooner, fui menos instrumentista”, comenta o artista.

Nascido e criado no Jardim Europa, hoje residente do Jardim Paulistano, João estudou guitarra no Musicians Institute, em Los Angeles. “Quando voltei ao Brasil, mergulhei na obra de violonistas como João Bosco e Baden Powell, cada vez mais passando para o meu violão um toque do rock e do blues”, conta, citando o álbum Olho de Peixe (1993), de Lenine, como outra referência importante no instrumento que escolheu aperfeiçoar.

Após se estabelecer em carreira solo, com discos como Musiqueiro (1998), Cafezinho (2002) e Caseiro (2005), ele se lançou em dueto roqueiro com seu irmão Supla, na banda Brothers of Brazil, incorporando de vez o violão ao seu rock (ou o rock ao seu violão).

Hoje, segue com diferentes projetos musicais em atividade — como as apresentações carnavalescas ou juninas do Bloco Tins e Bens e Tais (TBT) e um show em tributo a Chico Buarque. “Sou fruto da mistura paulistana. São Paulo tem de tudo: rock, samba, reggae, forró, rap, sertanejo, axé. Criei o Samblues porque nunca me senti à vontade com ‘o João é bossa-nova’, ‘o João é roqueiro’; me sentia reduzido nesses rótulos”, explica.

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Outro momento especial do seu disco, para além dos duetos com novos e veteranos talentos da música brasileira, é a participação de Laura e Maria Luiza, suas filhas, na faixa You’ve Got a Friend, êxito de Carole King. “Elas são super afinadas. A Maria Luiza cursa letras na USP, a Laura já se formou em artes e humanidades na Universidade de Lisboa, e o Felipe (seu caçula) ainda está na escola — a princípio nenhum está seguindo a música, embora todos gostem muito”, diz.

João Suplicy Duets
João e seu violão: marca registrada (Alexandre Suplicy/Divulgação)

Aos 51 anos, João diz que não se sente com a idade que tem. “Assusta um pouco, mas você passa a lidar com as coisas de maneira mais leve. Mais novo, eu tinha mais angústia e ansiedade, a idade te dá uma serenidade, ainda sem perder o tesão e a urgência. Minha mãe sempre disse: ‘Não gaste energia com o que não vale a pena’”, afirma.

O músico é filho da ex-prefeita Marta Suplicy e do deputado estadual Eduardo Suplicy, que foi diagnosticado em 2024 com um câncer linfático e venceu a doença. “Ele também quase foi vencido pelas quatro sessões de quimioterapia, junto com o Parkinson, mas está muito melhor, já recuperou boa parte do peso que tinha perdido. Meu pai tem muita vontade e está bem”, detalha.

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Em sua cidade, João gosta de tocar no Blue Note e se exercitar no Ibirapuera. “Prefiro fazer esporte ao ar livre, correr na praça, na rua, no parque”, diz ele, que viveu catorze anos no Rio de Janeiro, divididos em duas temporadas, uma nos anos 90 e outra nos anos 2000. “Eu adoro São Paulo, existe uma riqueza cultural enorme aqui”, comenta.

Sobre o futuro, tem o desejo de cair na estrada com um power trio, mas, por enquanto, ainda não há anúncio de datas de shows de lançamento do novo álbum. “Tenho a intenção de chamar participações locais para os duetos, seria interessante”, adianta. Enquanto isso, ele segue pelos palcos afora com a sua mistura original de rock, samba, MPB e mais. Sempre com o violão debaixo do braço, claro. ■

Publicado em VEJA São Paulo de 4 de julho de 2025, edição nº 2951

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