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Duda Brack, em nova fase: “Mais maturidade, amor próprio e autoconfiança”

Confira a entrevista com a cantora e compositora gaúcha, que acaba de lançar seu terceiro disco, 'Proibido Não Gostar' (2024), e faz show em São Paulo

Por Tomás Novaes
11 jul 2024, 18h30

Em nova fase, Duda Brack apresenta o show do seu novo álbum, Proibido Não Gostar (2024), no Sesc 24 de Maio, dia 26.

O terceiro disco da cantora, compositora e atriz gaúcha, radicada no Rio de Janeiro, abre uma era solar, pop e sensual, com uma mistura tropical de ritmos como cumbia, bachata, funk e piseiro.

É o capítulo mais autoral de sua carreira, assinando a composição de todas as faixas, com parceiros como Romero Ferro, Gaby Amarantos, Luthuly, Felipe Cordeiro, Matheus VK, Zelito Ramos e Zerzil. Destaque para as faixas De Conchinha com a Diaba e Neném.

Jean Michel (bateria), Filipe Lobo (guitarra) e Junior Panda (baixo) acompanham Duda no palco. A venda de ingressos no site começa na terça (16), às 17h, e nas bilheterias do Sesc no dia seguinte, no mesmo horário.

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Duda em nova fase: show em São Paulo no dia 26 (Juliana Rocha/Divulgação)

Como começou essa nova fase pessoal e musical, que desemboca no lançamento de Proibido Não Gostar (2024)?

Sinto que Proibido Não Gostar tem um lugar de plenitude artística para mim. É um álbum pela primeira vez 100% autoral, e isso faz muita diferença, porque ele se torna muito mais pessoal. São as minhas canções, é como eu traduzi as coisas que eu senti e vivi. Isso já coloca o álbum em outro lugar de maturidade. São músicas que venho escrevendo desde 2020, então no meio teve novela (Duda interpretou Iolanda Flores na novela Além da Ilusão, em 2022), e a televisão foi um divisor de águas para mim, em relação à comunicação com o meu público. Lá eu entendi o que é entrar na casa do povo brasileiro e que a minha música não chegava nesse lugar, e sim em uma bolha maravilhosa, mas pequena. Hoje estou com mais maturidade, amor próprio e autoconfiança, como mulher e artista. É um disco mais solar, sinto que já falei demais sobre dor, política, desconstrução, ruptura, e agora quero cantar para as pessoas sentirem vontade de viver. É um álbum de canções, estou falando ali de uma forma muito sincera sobre coisas que eu vivi, de peito aberto, sobre paixões lícitas e ilícitas, de tudo que é permitido e proibido, o que é profano e o que é sagrado em mim.

Por ser 100% autoral, esse disco captura melhor o seu momento atual do que os outros?

Sempre que vou fazer um álbum, estou buscando traduzir aquele meu momento. Só que antes eu precisava garimpar nas canções de outras pessoas as coisas que eu queria dizer. Caco de Vidro (seu segundo disco, de 2021) foi amadurecendo esse lugar em que eu mesma posso dizer o que eu quero. Gosto muito de compor com parceiros, penso que me julgo menos do que quando faço sozinha. Tem uma canção no disco que se chama Neném, que eu sonhei com uma multidão cantando o refrão. Acordei, lembrei e gravei. Mas eu não conseguia desenvolver o verso, levei para o Romero Ferro, ele amou, e terminamos. Para mim, música é uma forma de drenar as nossas emoções, tenho uma relação sempre muito visceral e de descoberta. Se for um lugar muito óbvio para mim, logo me desinteressa. Talvez pelo meu ascendente em Gêmeos, e muito ar no meu mapa astral, estou sempre caçando o mistério, e querendo ser perseguida por ele também. Como artista, não quero ser totalmente decodificada, quero que as pessoas não saibam o que vão esperar. O meu barato é esse.

“Como artista, não quero ser totalmente decodificada, quero que as pessoas não saibam o que vão esperar”

Como foi o processo de composição desse disco, você fez mais letra ou melodia, ou foi misturado?

Em todas as canções eu fiz tudo, junto com alguém. Cada uma nasceu de uma forma diferente, não tem uma que eu digo que é só a minha letra, ou só a minha melodia. Nesse álbum eu estou presente em tudo.

Sobre a parte visual, que faz parte da sua carreira há um tempo, o processo é paralelo à música?

Essa parte visual é muito forte para mim, porque venho de uma família de artistas visuais, designers, arquitetos. Nos meus projetos, sempre penso tudo junto, porque quero transmitir uma ideia, então o figurino vai ser tão importante quanto o arranjo da música, quanto a luz do show. E tento estar presente de ponta a ponta. Nos clipes, entra muito também o meu lado atriz, o meu interesse pela dramaturgia. Acho que hoje o mundo é audiovisual, mesmo o videoclipe estando super em baixa. Acho uma pena, porque adoro, mas é um investimento muito alto para um artista fazer e não ter retorno. Ao mesmo tempo, não dá nem para se revoltar com isso, porque essas mídias se renovam sempre e a gente tem que saber dançar conforme a música que está tocando.

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Ano que vem, seu primeiro disco, É (2015), completa dez anos. Hoje, você se reconhece nele?

Tenho muito orgulho desse disco. Acho que ele foi o melhor cartão de visitas que eu poderia ter feito, foi muito fiel ao que era a Duda Brack de dezenove anos. Aquela garota vai estar sempre em mim, ela é muito eu, mas eu também já andei um tanto. Quando lancei o disco, eu tinha uma sexualidade já muito forte, mas não sabia lidar com ela. Então ela vinha de uma forma que eu não sabia controlar, e não sabia usar ela ao meu favor. Hoje eu sei, e uso isso sem pudor, porque é meu. Estou em um lugar de empoderamento real, da artista que sou, da mulher que sou, da gostosa que sou. O É tinha essa essência do que sempre vou ser, penso que ainda vou fazer muitos discos de rock. Mas não quero ficar presa a isso, não quero ser a grande cantora de rock do Brasil, não quero ser a grande “nova vaca sagrada da MPB” e também não quero ser a nova diva pop do momento, quero ser a Duda Brack.

Como vai ser o repertório do seu show, e a identidade visual no palco?

O show vai ser muito mergulhado no universo do Proibido Não Gostar, mas terão versões novas de duas músicas dos outros álbuns, e alguns covers de artistas que eu gosto, como Gal, Cazuza, Kali Uchis e Beyoncé. E não só vai ter figurino, como vai ter troca de figurino, algo que eu nunca fiz. Sou muito bicho de palco, gosto da performance, do ao vivo, e sempre acho que os meus trabalhos crescem quando vou para a estrada. Vai ter um lado visual um pouco mais trabalhado do que tudo que já fiz até hoje.

12 anos. Sesc 24 de Maio. Rua 24 de Maio, 109, República, ☎ 3350-6300. Sex. (26), 20h. R$ 50,00. sescsp.org.br.

Publicado em VEJA São Paulo de 12 de julho de 2024, edição nº 2901

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