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Dennis faz show mais caro da carreira no The Town: “Música é igual moda”

O DJ fala sobre o momento do funk e dá detalhes sobre a sua apresentação no festival neste domingo (14), com participação da sua filha, Tília

Por Tomás Novaes
12 set 2025, 13h34
Dennis DJ no The Town 2025: show com a filha, Tília, no domingo (14), 19h20
Dennis DJ no The Town 2025: show com a filha, Tília, no domingo (14), 19h20 (Divulgação/Divulgação)
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Referência no funk, Dennis DJ é uma das atrações do The Town 2025 neste fim de semana, com um show inédito marcado para o domingo (14), às 19h20, no palco The One, com participação da sua filha, Tília.

Com 27 anos de carreira, o artista fluminense começou sua trajetória de sucesso ainda no início dos anos 2000, emplacando sucessos como produtor, como Cerol Na Mão, do Bonde do Tigrão. Saindo dos bastidores, seguiu envolvido em grandes hits nas décadas seguintes, como Malandramente, em 2016, e Tá OK, em 2023, também se apresentando para grandes públicos com o seu Baile do Dennis.

No Autódromo de Interlagos, o grande tema da apresentação será a expressão em latim Deus Ex Machina, que significa “deus surgido da máquina”. A ideia é um visual futurista, com direção artística de Julio Loureiro. Confira mais detalhes na entrevista a seguir

O que podemos esperar do seu show no The Town 2025?

A ideia é a gente fazer um lance meio espacial, com o público no centro do universo. Nos meus shows, me conecto o tempo todo com a plateia. Toco há 27 anos e, desde a época de Furacão 2000, sempre fui de interagir muito ao vivo. Para mim, as pessoas fazem parte do show, eu dependo do calor e da participação delas. Não sou daqueles artistas que chegam lá em cima e só saem tocando, não consigo fazer isso. Vou passar por várias vertentes do funk, desde os anos 90 e 2000 de MC Marcinho a MC Kevin O Cris, todas as fases contadas em uma história só. E com a minha filha, Tília, que é uma artista da nova geração, seguindo os meus passos. Vamos fazer o show juntos, com ela também sozinha, entre outras coisas que estamos preparando. Posso dizer que é o maior investimento que já fiz para um show. Envolve muita gente, seja nos bastidores ou no palco. Vai ter música inédita também, e outras surpresas que não posso falar.

Nos seus shows, a ideia é que o repertório não fique engessado, com liberdade para mudar as músicas na hora, certo? Me fala sobre a participação do público.

Para o The Town estou com um diretor no show, pela primeira vez. A primeira coisa que ele pediu foi a setlist, e falei: “Olha, eu escolho entre essas 200 músicas, agora, o que eu vou tocar e em qual ordem, meu amigo…” (risos). Negociamos, e estruturamos de fixar a primeira e a última faixa de cada bloco de 15 minutos. No meio, preciso ficar solto, porque dependo muito do público. Eu toco uma música e já sinto o que a galera quer ouvir em seguida. É o grande segredo do sucesso dos meus shows. Eu passo isso também para a Tília, porque é o mais difícil: esse feeling de saber qual a música que você precisa tocar. São anos de experiência, e para ela acaba se tornando mais fácil, porque ela vê o meu show desde criança.

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Você tem 27 anos de carreira e hits em todas as fases da sua trajetória. Qual o segredo?

Não tem um segredo, mas uma coisa que tento é sempre me manter atual. A música tem muito disso, do saudosismo, da galera de hoje falar: “Música boa é da minha época”. E isso tem muito no funk. Nunca fui preso a isso. Infelizmente, vários amigos meus estão presos ao passado. Nunca parei de me atualizar, de entender o que o público quer. O que não significa que faço só para o público, também tem um limite, dentro do que acho que é bacana e da minha verdade. Mas me conecto muito com o público, é um momento de diversão, eles estão pagando o ingresso para se divertir, para curtir ali aquele hit ou ouvir uma novidade. E nenhuma das músicas que eu toco você vai ouvir igual no Spotify. Todas são remixadas, eu sempre mexo, trago um arranjo diferenciado, um drop diferente. O segredo é você não ficar preso no passado. Eu poderia estar falando hoje: “Isso não é mais funk, bom mesmo é a minha época, o Bonde do Tigrão”, e ficar parado lá no ano 2000. Mas não, vim evoluindo ano a ano, e não vou parar, porque já estou lá em 2026.

E qual é a próxima tendência do funk?

Não posso falar porque quero sair na frente (risos). A música é igual moda, não tem jeito. Hoje a cor é o marrom, por exemplo. Ano que vem não vai ser mais, mas daqui três, quatro, cinco anos, ela está de volta. Na música é igual, vai voltar o momento de falar mais de amor, de ser mais dança, não dá para ficar na mesmice. E o funk é muito bom porque tem muitas vertentes, como a música eletrônica. Desde o Nordeste até São Paulo, você vai para o Espírito Santo é um outro beat, no Rio de Janeiro também. Mas eu tenho algumas ideias, estou montando um estúdio novo. Tenho um álbum que segurei para poder terminar nesse estúdio, onde quero também dar espaço para uma molecada nova, produtores, DJs, compositores. Estou há um tempo sem lançar um artista novo. Quando tive filho pequeno, fiquei mais recluso dentro de casa para viver esse momento. Há 7, 8 anos atrás, por exemplo, estava gravando com o Pedro Sampaio, apostando na carreira dele. Estou com saudades disso, de fazer artista novo e ver novas ideias. Tenho várias novidades para 2026, entre feats internacionais que estão chegando, ouvindo muita coisa gringa. O funk está no mundo todo. Estamos fazendo muitas parcerias que vão começar a sair em breve.

Qual a sua visão sobre o momento atual do funk no Brasil e no mundo?

No exterior, é o melhor momento do funk. No Brasil, já não acho. Vivi várias ondas boas, como os anos 2000, com Bonde do Tigrão, Furacão 2000. Outro momento marcante foi em 2016 e 2017, quando São Paulo explodiu com o funk. Veio Kevinho, Livinho, MC G15, Kekel, uma geração bizarra, era baile funk em todo lugar. Hoje a gente conta os MCs no dedo, aqueles com relevância, que lotam shows e estão nos grandes festivais. Até mesmo no Spotify: se você abre o Top 10, tem um MC. Antes era uma briga, oito eram de funk. Mas lá fora estamos em um momento maravilhoso, o mundo todo está consumindo a nossa batida. Principalmente o mercado latino, todos os cantores de reggaeton estão gravando com beat de funk. Graças à internet, à Anitta também, que potencializou o gênero, entre outras ações. Aqui dentro não estamos tão bem também porque o trap dividiu um pouco e acabou levando muito artista nosso, que seriam os próximos caras (do funk), como TZ da Coronel, MC Cabelinho e MC Maneirinho. É uma galera muito conectada com o jovem, e o funk sempre foi jovem. Mas não estou falando que o funk morreu ou que vai morrer, porque essa galera até hoje faz funk, mesmo no trap. Mas vejo que estamos carentes de artistas de funk. Viemos de uma geração muito forte ali em 2012, com Naldo, Ludmilla, Anitta e eu também, reinventado com o Baile do Dennis. Essa turma começou a coisa do espetáculo, do show grande, de estar nos festivais. Depois veio essa geração de São Paulo, entre 2016 e 2017. E depois foi mantendo, ficou meio morno. Por isso que estou fazendo esse estúdio, quero descobrir novos talentos, para a gente continuar esse legado.

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